É “imoral” Caixa deixar de pagar juros abaixo de um euro. Deco teme que outros bancos sigam o exemplo
CGD vai deixar de pagar juros inferiores a um euro. Para a Deco, é "imoral" porque o banco público penaliza o pequeno aforrador e abre a porta para que outros bancos sigam o mesmo caminho.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai deixar de pagar os juros nos depósitos sempre que for inferior a um euro, o que para a associação de defesa dos consumidores é uma decisão “imoral”. Por duas razões: primeiro porque é o banco público a penalizar o pequeno aforrador; e depois porque abre caminho para que outros bancos façam o mesmo, considera a Deco.
“Não é correto o que a Caixa está a fazer. Isto significa que todos os depósitos com prazo de um ano e abaixo de 6.670 euros não vão render qualquer juro, penalizando os pequenos aforradores. É por isso é que é imoral. O banco público devia incentivar as poupanças”, afirmou ao ECO o economista da Deco António Ribeiro.
“A Caixa abriu a porta, agora vamos ver como vão atuar os outros bancos”, acrescentou o mesmo responsável, notando que a Deco tem feito pressão junto das autoridades para que se promovam as poupanças através da redução dos impostos dos depósitos e a criação de novos produtos de dívida pública para o retalho.
O banco liderado por Paulo Macedo está a avisar os clientes que vai baixar o juro semestral das contas Caixapoupança, Caixapoupança Reformado, Emigrante, Superior e Caixa Projecto de 0,05% para 0,015% (corte de 70%) a partir do dia 1 de agosto.
Será a partir desta data que também “será alterada a regra de pagamento de juros nos Depósitos a Prazo e Depósitos Poupança, pelo que não serão pagos juros sempre que o valor ilíquido dos juros calculados seja inferior a um euro“, segundo a informação que está a ser transmitida aos clientes.
Esta nova regra será transversal a toda a oferta de contas de depósitos e contas poupança da CGD. Com o corte de juros à vista, as contas Caixapoupança, Caixapoupança Reformado, Emigrante, Superior e Caixa Projecto vão passar a exigir um “pé-de-meia” superior a 6.666 euros para que se possa extrair de lá algum rendimento. Dito de outra forma: são precisos, pelo menos, 6.667 euros nestas contas para haver lugar ao pagamento do juro semestral por parte da Caixa.
Fonte oficial da CGD explicou que “a menor capacidade de remuneração de depósitos e poupanças pelo setor bancário assenta na necessidade de ajustamentos progressivos de modo a assegurar a sustentabilidade do setor, no atual contexto“.
E lembrou que, no caso do banco público, se “tem vindo a reforçar a proposta de valor para os clientes detentores de Contas Caixa, (Azul, Platina, L, M, etc) bem como a criar oportunidades para que os clientes realizem uma maior diversificação das suas carteiras, seja através do investimento em seguros financeiros, fundos ou PPR”.
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