Marcelo diz que “não é tempo de prescindir de consensos vastos de regime”
Há dossiers "por natureza muito longos: processo educativo, processo formativo, de investigação, de execução de estratégias públicas ou privadas" que não se compadecem com demoras, alertou Marcelo.
O Presidente da República avisou esta segunda-feira que não é tempo de “prescindir de consensos vastos de regime” nas políticas de Educação e Inovação, alertando que a orientação da administração pública deve ser “mais vasta” que uma legislatura.
“Não pode tudo o que fica dito e muito mais o que passa pelo setor público ficar para o fim das legislaturas, alterar-se Governo a Governo, ou prescindir de consensos vastos de regime, mais vasto do que maiorias parlamentares conjunturais ou mesmo quadrienais”, alertou Marcelo Rebelo de Sousa, em Vila Nova de Famalicão na 16.ª Conferência Internacional da COTEC Portugal – Associação Empresarial para a Inovação.
O chefe de Estado chamou também a atenção para a demora dos processos ligados à Educação ou Inovação.
“Estes processos são por natureza muito longos: processo educativo, processo formativo, de investigação, de execução de estratégias públicas ou privadas como as empresariais não se compadecem com compasso de espera, hesitações ou recomeços cíclicos de governo a governo ou legislatura ou legislatura”, disse.
Marcelo Rebelo Sousa sustentou que o país tem “hoje de condições” para que a indústria possa ter um sucesso inimaginável há poucos anos, considerando que tem é que fazer tudo para que essa possibilidade se converta mesmo numa realidade numa perspetiva de médio e longo prazo.
“Estamos perante uma questão de regime, não estamos perante uma questão conjuntural”, declarou.
Marcelo Rebelo de Sousa apontou assim para os diferentes ritmos a que o país anda: “Não podemos ter o país a várias velocidades. A velocidade do projeto industria 4.0 e a velocidade da administração pública portuguesa em muitos domínios cruciais”, explicou.
Para o chefe de Estado “na educação o problema é ainda mais urgente” que noutras áreas.
“Uma parte do sistema educativo não está a acompanhar os passos de gigante dos centros de excelência e persiste numa décalage entre a pesquisa e o desenvolvimento, entre o número impressionante de patentes e a sua efetiva projeção na economia e na sociedade, entre os avanços no Ensino Superior e na Ciência e o estreitamente de parcerias e de interpelações coma realidade empresarial”, explanou.
Num discurso marcado com elogios à COTEC e de muitos avisos, Marcelo Rebelo de Sousa referiu ainda “o desafio para convergências e no que respeita a departamentos públicos fundamentais para a transformação” em curso nas empresas.
“Por exemplo, entre departamentos ligados à educação, em inúmeros níveis, à economia, ao emprego e à formação profissional”, enumerou.
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