Crescimento da economia chinesa em mínimos de 27 anos
No primeiro trimestre do ano, a economia chinesa cresceu 6,2%, valor que representa o nível de crescimento mais baixo dos últimos 27 anos.
De abril a junho deste ano, o ritmo de crescimento da economia chinesa desacelerou para mínimos de 27 anos. De acordo com a Reuters, o PIB da China cresceu em termos homólogos 6,2%, no segundo trimestre do ano, valor que compara com os 6,4% registados nos primeiros três meses do ano e representa o nível mais baixo de crescimento desde, pelo menos, 1992. Tal evolução resulta, dizem os analistas, das tensões comerciais entre Pequim e Washington.
“A economia chinesa mantém-se numa situação grave e complexa”, avisou em comunicado o Instituto Nacional de Estatística sínico, citado pela CNN. O instituto indicou as “incertezas externas” e a “desaceleração do crescimento mundial” como causas deste cenário.
A propósito dessas “incertezas externas” e apesar dos sinais de estabilização espelhados no crescimento acima das expectativa das vendas a retalho e de a produção industrial ter crescido acima das estimativas, os analistas continuam a recomendar cautela, aguardando os desenvolvimentos da guerra comercial com os Estados Unidos, um conflito que já dura há mais de um ano e tem dado azo mesmo a receios de uma recessão mundial. Este sentimento dos analistas mantêm-se, já que, apesar da China e dos Estados Unidos terem retomado as negociações sobre um eventual acordo comercial, no inicio do mês, esse “final feliz” continua a parecer distante.
“A incerteza causada pela guerra comercial entre os Estados Unidos e a China foi um fator importante [para esta desaceleração] e penso que irá persistir [como tal]”, explica o economia Tom Rafferty, referindo que as empresas não estão confiantes na concretização do acordo em questão.
“O crescimento da economia chinesa pode desacelerar para 6%, 6,1% na segunda metade do ano”, alerta, por isso, o economista Nie Wen, citado pela Reuters. O especialista salienta, assim, que é provável que as autoridades chinesas cortem os níveis de reservas mínimas exigidas aos bancos de modo a apoiar a “economia real a longo prazo”. Nie Wen estima ainda que a economia sínica continue a desacelerar, estabilizando só a meio do próximo ano.
É expectável que a China lance um novo programa de estímulos à economia, nos próximos meses, face a esta desaceleração da economia, por exemplo cortando as taxas de juro.
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