Grécia: Sem reformas não há euro, ameaça Schäuble
À entrada no Eurogrupo, os ministros das Finanças da Zona Euro mostram-se reservados acerca das negociações sobre a Grécia. Mas os gregos estão otimistas.
Sem implementar as reformas estruturais necessárias, a Grécia vai ter de sair da moeda única. As palavras duras vêm do ministro das Finanças alemão Wolfgang Schäuble, numa entrevista ao jornal alemão Bild am Sonntag citada pelo britânico The Guardian. “Atenas tem de implementar finalmente as reformas necessárias”, afirmou Schäuble. “Se a Grécia quer ficar no euro, não existe forma de contornar isso, mesmo independentemente do nível da dívida”.
As declarações chegaram na véspera da reunião desta segunda-feira do Eurogrupo onde se deverá voltar a discutir uma possível reestruturação da dívida grega, após já ter sido anunciado na sexta que vão ser discutidas medidas de curto prazo para aliviar o peso da dívida.
O ministro das Finanças grego, Euclid Tsakalotos, tem apelado a ação rápida para aliviar a dívida da Grécia, visto que a situação “é tão crítica como no verão de 2015”, quando a Grécia entrou no seu terceiro resgate financeiro. O jornal grego Kathimerini escreve que o Governo antecipa que a instabilidade na Europa — em particular na sequência do referendo italiano — faça com que um novo agravamento da crise grega seja ainda mais indesejável, acelerando assim o processo de alívio da dívida.
É certamente um dos temas a ser discutido no encontro entre os ministros da Zona Euro que acontece esta segunda-feira em Bruxelas. À chegada à reunião, o ministro das Finanças francês, Michel Sapin, sublinhou que a França considera que a posição da Grécia é “legítima”. A Grécia “já fez grandes esforços”, e “a partir do momento em que a Grécia mantenha os seus compromissos, também a Europa deve manter os seus em relação à Grécia”, afirmou Sapin.
Por seu lado, Pierre Moscovici, comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, afirmou: “Vamos discutir primeiro medidas de curto prazo e estou bastante confiante de que teremos progressos. Depois discutiremos metas fiscais a médio prazo que sejam exigentes mas também credíveis.”
O ministro das Finanças italiano, Pier Carlo Padoan, não vai participar no Eurogrupo desta segunda-feira na sequência do anúncio de demissão do primeiro-ministro Matteo Renzi. Alguns analistas apontam a possibilidade de Padoan vir a ser escolhidfo pelo Presidente italiano para dirigir o Governo de transição em Itália.
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