Cursos superiores profissionais são cada vez mais uma via de acesso às licenciaturas

  • ECO
  • 28 Julho 2019

Os cursos superiores de dois anos foram pensados como uma "via rápida" de acesso ao mercado de trabalho. Mas estão a ser usadps como porta de entrada para as licenciaturas.

Os cursos técnicos superiores profissionais (Ctesp) foram criadas como uma “via rápida” de acesso ao mercado de trabalho. Contudo, cada vez mais são usadas como portas de acesso às licenciaturas. Quase dois terços dos diplomados continuam os estudos após terminarem estas formações.

Dados recolhidos junto de várias instituições de ensino mostram que 65% das pessoas que concluíram um Ctesp em 2016/17 se inscreveu numa licenciatura no ano seguinte, diz o Público.

“O objetivo dos Ctesp não era ser um canal de acesso ao ensino superior. Não foram desenhados para isso”, explicou àquele jornal José Ferreira Gomes, ex-secretário de Estado do Ensino Superior, responsável pelo lançamento destes cursos. Estas formações tinham uma intenção profissionalizante, ou seja, o objetivo era facilitar a entrada de mais pessoas com qualificações superiores no mercado de trabalho.

Os Ctesp duram dois anos e têm uma ligação forte às empresas, dado que incluem um estágio de seis meses para todos os alunos. Qualquer pessoa com o 12.º ano completo pode concorrer a estes cursos, mas a maioria dos estudantes que procuram os Ctesp vieram de cursos profissionais no ensino superior e que têm dificuldades em aceder às licenciaturas.

“O que falta ao país são pessoas com formação nos níveis profissionalizantes e não licenciados”, continua José Ferreira Gomes. Mas as instituições também costumam facilitar a continuação dos estudos. Muitos dos Ctesp têm disciplinas em comum com as licenciaturas, ou seja, os créditos são reconhecidos. “Isso permite-lhes serem colocados no segundo ano da licenciatura, ainda que possam ter que fazer uma ou duas disciplinas do primeiro ano”, explica Pedro Dominguinhos, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP).

Estatísticas oficiais do portal Infocursos, citadas pelo Público, referem que 18% dos alunos que entram num Ctesp não se encontravam no ensino superior um ano depois. Ou seja, quase um quinto dos estudantes terá desistido da formação.

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