CGD paga juros abaixo de um euro, mas os depósitos vão mesmo baixar

O banco público baixa, a partir de hoje, as taxas dos depósitos. Cortes de remuneração variam entre os 70% e 90%, sendo que os juros pagos aos clientes, mesmo que sejam de um valor inferior a um euro.

Há pouco mais de um mês, a CGD revelou aos seus clientes uma revisão em baixa da remuneração das suas poupanças. Mas a grande surpresa foi mesmo a decisão de deixar de pagar juros abaixo de um euro. Após uma chuva de críticas e a condenação do Banco de Portugal, a instituição liderada por Paulo Macedo recuou nesta decisão, mas à descida dos juros não será possível escapar. As famílias com poupanças depositadas no banco público contam a partir de hoje com remunerações mais magras.

Esta quinta-feira, 1 de agosto, entram em vigor as alterações ao preçário da CGD para as taxas de juro dos seus depósitos. Para os produtos em comercialização, as remunerações dos depósitos passam a ser 70% inferiores face às taxas que se aplicavam até agora.

Abrangidas por essas alterações estarão as contas Caixa Poupança Reformado, Caixa Poupança, Caixa Poupança Emigrante, Caixa Projecto e Caixa Poupança Superior. Qualquer destas aplicações passam a ser remuneradas a um juro anual de 0,015%, em vez dos 0,05% que vigoravam.

Esta será também a diferença que vai afetar os depósitos que estão suspensos, mas que ainda se encontram em contas ativas: nomeadamente nas contas Poupança Caixa Activa, Caixapoupança Mais reformado, Caixaprojeto emigrante, Caixapoupança Rumos, Poupança Caixa Empreender e Caixapoupança Condomínio.

Alterações aos juros das poupanças na CGD

Já no que respeita aos depósitos da conta Poupança Caixa Família Base e conta Poupança Caixa Família Mais, aplicam-se cortes de remuneração de 85% e 90%, respetivamente. A taxa de juro passa de 0,1% para 0,015% no primeiro caso, e de 0,15% para 0,015% no segundo caso.

A atualização em baixa das remunerações de todos esses produtos “produzirá efeitos na data de renovação” especifica a CGD, acrescentando que o cliente “tem o direito de denunciar o contrato, imediatamente e sem encargos, antes da data proposta para a aplicação das referidas alterações”. “Caso contrário será considerado que aceitou as alterações indicadas”, diz ainda o banco público.

O corte nos juros dos depósitos da Caixa surge numa altura em que o Banco Central Europeu (BCE) dá sinais de uma nova descida nas taxas de referência, quando as taxas já estão nos valores mais baixos de sempre, pesando no negócio tradicional dos bancos.

E não é uma opção exclusiva do banco público, mas uma tendência que tem sido seguida pela generalidade dos bancos nacionais. A evolução da remuneração média das novas aplicações em depósitos a prazo atesta isso mesmo. Em junho, os bancos nacionais ofereceram uma taxa de juro média de 0,12% nas novas aplicações em depósitos a prazo, o valor mais baixo pelo menos dos últimos 19 anos e meio, tendo em conta o histórico do BCE que arranca em janeiro do ano 2000.

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