As apostas do Credit Suisse para 2017. Vai uma corrida?
Num ano preenchido ao nível do calendário político, em 2017 os bancos centrais vão continuar a condicionar os retornos nos mercados. Como equilibrar risco e rendimento? O Credit Suisse ajuda.
Com os investidores bastante desconfiados sobre se o bom desempenho dos últimos anos pode continuar em 2017, o Credit Suisse considera que, perante o “denso calendário político” previsto para o próximo ano, não vão faltar acontecimentos que terão impacto nos mercados. É que, além do fator político, a intervenção dos bancos centrais mundiais, cuja política monetária vai continuar a “suprimir o risco nos mercados”, vai tornar ainda mais desafiante procurar o equilíbrio entre rendimento e risco.
“A experiência mostra que, num ambiente como este, correções temporárias poderão revelar-se oportunidades”, sugerem os analistas do Credit Suisse no seu Outlook de Investimento para 2017. “E o maior desafio que os investidores vão enfrentar no próximo ano será o de encontrar rendimento a um risco razoável”, acrescentam. Conheça as apostas do Credit Suisse para 2017.
Ações de saúde e tecnologia
Para o Credit Suisse, o setor das telecomunicações até pode ser atrativo devido à elevada dividend yield que apresenta. Ainda assim, em termos de valorização do capital, o mais difícil será mesmo encontrar o timing certo para comprar o setor. Como contornar? “Temos uma convicção muito forte em relação ao setor da saúde e da tecnologia“, declaram os analistas do banco suíço.
“O setor da saúde oferece alguns dos fundamentais mais fortes no setor privado e o elevado prémio de risco que se construiu em antecipação às eleições dos EUA significa que poderá recuperar em 2017. Já o setor da tecnologia continua a crescer em áreas como a cibersegurança, robótica e realidade virtual”, justificam.
"O setor da saúde oferece alguns dos fundamentais mais fortes no setor privado e o elevado prémio de risco que se construiu em antecipação às eleições dos EUA significa que poderá recuperar em 2017. Já o setor da tecnologia continua a crescer em áreas como a cibersegurança, robótica e realidade virtual.”
Ao nível das regiões, o banco diz que prefere o mercado acionista suíço “devido às suas qualidades defensivas e exposição setorial”. Já a Europa “pode continuar em risco de performance abaixo dos pares”, acrescenta o Credit Suisse.
Oportunidades nas obrigações estão nos emergentes
Ao nível ao rendimento fixo, o Credit Suisse aponta a mira às obrigações dos mercados emergentes com moeda forte enquanto “fonte potencial de rendimento e diversificação”. “Argentina, Brasil e Indonésia estão entre os nossos mercados preferidos”, dizem os analistas. “Os investidores que consigam tolerar o risco cambial também devem considerar obrigações dos mercados emergentes em moeda local, que podem fornecer rendimentos de mais de 6%”, sugerem ainda.
Se pretende comprar obrigações dos emergentes em moeda local, o Credite Suisse prefere o mercado de dívida brasileiro. “Acreditamos que a moeda está bem suportada” e pode ser uma boa estratégia de carry trading — estratégia de investimento que consiste em pedir dinheiro emprestado num país com baixas taxas de juro para investir em ativos de outro país onde as taxas são mais elevadas.
Apreciação do dólar vai continuar
No mercado cambial, o Credit Suisse antecipa uma tendência de valorização do dólar face às principais divisas mundiais ao longo do próximo ano, num movimento que será intensificado pela retirada dos estímulos monetários da Reserva Federal norte-americana. Assim, “com as taxas de juro norte-americanas em níveis atrativos, os investidores que negoceiam com o euro, o iene e a libra poderão aumentar a sua exposição a ativos denominados em dólares”, sugere o Credit Suisse.
"Com as taxas de juro norte-americanas em níveis atrativos, os investidores que negoceiam com o euro, o iene e a libra poderão aumentar a sua exposição a ativos denominados em dólares.”
Os analistas do banco suíço antecipam ainda elevado risco para quem negoceia com francos suíços, em virtude do forte desempenho da economia do país, que deverá retirar atividade ao Banco Nacional da Suíça. Ainda nos mercados desenvolvidos, aposta na coroa norueguesa. E nos emergentes o Credit Suisse diz que a sua preferida para 2017 é o rublo russo. Já a lira turca é para esquecer.
Petróleo nos 55 dólares
Aposte nas matérias-primas energéticas, diz o Credit Suisse em relação a um mercado das commodities que vai continuar o seu processo de ajustamento em 2017. Porquê a energia? “Favorecemos as commodities energéticas por causa da redução do investimento que levou a uma significativa desaceleração na dinâmica de produção, enquanto a procura se mostrou resistente”, justificam os analistas do Credit Suisse, antecipando que os preços do barril atinjam os 55 dólares.
O banco olha para o ouro “como bom ativo para diversificar a carteira, dada a sua fraca correlação com as principais classes de ativos”. Mas tenha cuidado porque também será um ano difícil para o metal amarelo sobretudo por causa da apreciação do dólar americano.
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