Jerónimo Martins resiste à proibição de comércio ao domingo na Polónia, diz Haitong
Para os analistas do Haitong, a decisão do Governo polaco de proibir o comércio ao domingo vai afetar bastante o setor do retalho do país. Mas Jerónimo Martins vai resistir ao impacto.
O setor do retalho polaco vai ser o mais afetado com a intenção do Governo de Varsóvia de proibir o comércio ao domingo, prevendo-se um impacto negativo de 2,1 mil milhões de euros nas vendas a retalho, de acordo com a PwC. Ainda assim, para a Haitong, a operação polaca da Jerónimo Martins — opera com a Biedronka — deverá passar relativamente incólume a esta decisão, dado que os consumidores “vão adaptar os seus hábitos” de compra de bens alimentares.
“Pensamos que a decisão terá um pequeno impacto negativo, pelo menos numa fase inicial até que os consumidores ajustem os seus hábitos. No caso da Biedronka, a maior parte do seu negócio continua relacionado com bens alimentares básicos, o que deverá levar a um impacto ainda mais neutro nas vendas do que no caso de hipermercados e supermercados, com os consumidores a transferirem as compras de domingo para outros dias da semana”, referiram os analistas do Haitong, que se mantêm “Neutros” em relação ao título da Jerónimo Martins, a quem atribui um preço-alvo de 16,7 euros.
Na sessão desta sexta-feira, as ações da Jerónimo Martins seguiam a cair mais de 1% para 14,35 euros.
Segundo um estudo da consultora PwC, o setor do retalho deverá ser particularmente afetado com a proibição de comércio ao domingo. O impacto deverá atingir os 2,1 mil milhões de euros, o que representa 1,4% do total de vendas a retalho. Adicionalmente, o setor deverá perder 36 mil postos de trabalho, perante a quebra do negócio.
Face a este cenário negativo, o Haitong lembra que o governo polaco já por várias vezes pensou em terminar com o comércio ao domingo mas que desistiu sempre de levar a ideia em diante devido ao impacto que terá no mercado de trabalho e nas receitas fiscais. “Contudo, é também verdade que há pressões sobre o aumento dos salários devido à taxa de desemprego historicamente baixa e poderá ser uma boa altura para o Parlamento aprovar a proibição, dado que seria mais fácil de absorver quaisquer potenciais redundâncias”, justificam os analistas da casa de investimento.
“Este será definitivamente um tema para acompanhar nas estimativas para 2017 sobre o setor do retalho polaco”, referiu.
Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.
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