BCP volta a afundar mais 5%. Ciclo negro de três semanas já roubou 1,2 mil milhões ao banco
O PSI-20 fechou a sessão em terreno negativo, com o banco liderado por Miguel Maya a destacar-se negativamente. Com renovas tensões em Itália, o vermelho dominou o dia nas ações europeias.
Desde dia 17 de julho, as ações do BCP valorizaram apenas em duas sessões e já acumulam uma perda de quase 28% na bolsa de Lisboa. Esta sexta-feira, o banco liderado por Miguel Maya afundou 4,83% para 0,2088 euros por ação e destacou-se num índice acionista onde o vermelho foi a cor dominante.
O ciclo negro de quedas do BCP já tirou 1,21 mil milhões de euros em capitalização bolsista, que se situa atualmente em 3.185 milhões de euros.
Apesar do aumento dos lucros, as perspetivas de descida nos juros pelo Banco Central Europeu que penalize o setor pressionou as ações. Mais recentemente, sucumbiu ao sentimento negativo generalizado nas ações devido à guerra comercial e, esta sexta-feira, pela tensão criada pela queda do Governo italiano.
PSI-20 cai há quatro semanas consecutivas
Se o BCP cai há cinco semanas seguidas, o PSI-20 fechou um ciclo de quatro perdas semanais. O índice perdeu 1,38% para 4.859,04 pontos, com as papeleiras a destacarem-se também negativamente. A Semapa perdeu 2,67%, a Altri recuou 1,87% e a Navigator cedeu 0,97%. No retalho, a Jerónimo Martins desvalorizou 1,83% e a Sonae caiu 1,71%.
As ações da Galp Energia fecharam igualmente no vermelho — com uma perda de 1,4% para 13,06 euros –, apesar da recuperação dos preços do petróleo. O brent de Londres avança mais de 2% para 58,60 dólares por barril, enquanto o crude WTI de Nova Iorque ganha 3% para 54,30 dólares por barril.
Apenas o grupo EDP se destacou entre as cinco cotadas do PSI-20 que fecharam a sessão no verde. A casa-mãe subiu 0,18% para 3,368 euros por ação e a eólia ganhou 0,52% para 9,68 euros por ação.
No dia em que anunciou que irá abandonar o índice mais alargado PSI Geral, a Toyota Caetano Portugal desvalorizou 2,82% para 2,76 euros. A empresas considera que a bolsa de Lisboa já não “constitui um mecanismo de financiamento dos capitais próprios” e propõe pagar 2,80 euros por cada título que está disperso em bolsa. Acionistas vão votar a 30 de agosto.
Itália troca às voltas aos mercados europeus
Por toda a Europa, o sentimento foi negativo. A coligação governativa em Itália não consegue governar e o país deverá realizar eleições antecipadas. O anúncio foi feito na quinta-feira e confirmado esta sexta-feira com uma moção de censura ao governo. Os investidores reagem, mostrando renovado stress em relação ao país.
O índice pan-europeu Stoxx 600 perdeu 0,96%, enquanto o alemão DAX recuou 1,39%, o francês CAC 40 perdeu 1,28% e o espanhol IBEX 35 cedeu 1,63%. O britânico FTSE 100 desvalorizou 0,59% e registou a pior semana em três meses.
Já o índice acionista italiano FTSE MIB afundou 2,48%, enquanto o juro da dívida italiana a dez anos disparou. A yield subiu 24 pontos base (acumulando a maior subida diária desde maio de 2018) para 1,814%. O stress em relação a Itália contagiou os restantes países da Zona Euro, que viram o spread alargar-se face à Alemanha.
Em Portugal, o juro das obrigações a dez anos subiu para 0,29%, no dia em que a dívida portuguesa será avaliada pela agência de notação financeira Moody’s. Se o brilharete dos juros da dívida não deverá passar despercebido, as incertezas sobre a economia global poderão levar a agência a manter o rating da República inalterado.
(Notícia atualizada às 17h)
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