TAP anuncia novo plano de rotas: cria pontes aéreas para Madrid e abandona City de Londres
Companhia abdica de voar para o aeroporto mais central de Londres, acaba com ligações do Porto para Barcelona e Lyon e de Lisboa para Estugarda ou Colónia e reforça aposta no Nordeste do Brasil.
Reforço do foco nos Estados Unidos e no Brasil e o lançamento de duas pontes aéreas para Madrid, uma a partir de Lisboa e outro do Porto, são dois dos destaques realçados pela TAP no plano de rotas para 2020. Mas este novo plano fica marcado igualmente pela suspensão das ligações da companhia aérea para o aeroporto London City, em Londres, e por uma ampla alteração nas rotas tanto de Lisboa como do Porto.
A propósito do abandono do City, a TAP justifica a decisão com as “incertezas de procura por parte dos clientes, associada ao Brexit, e pelos resultados abaixo do esperado nesse mesmo mercado”, o que levou a companhia a “decidir suspender a operação no aeroporto de London City, compensando parcialmente os assentos perdidos com o aumento da capacidade dos aviões à partida de Lisboa e do Porto para os restantes aeroportos londrinos, nos períodos de maior procura”.
Os voos da transportadora para Heathrow ou Gatwick verão assim a sua capacidade reforçada. Atualmente, há mais de 400 mil portugueses a viver no Reino Unido.
Segundo a companhia aérea, a suspensão dos voos para o City, tal como as restantes mudanças associadas a este novo plano de rota, acontecem já no final de outubro, altura da entrada em vigor do ‘Inverno IATA’ — mas todo o plano permanece “sujeito à obtenção de slots, processo que se inicia agora em agosto”, diz a companhia.
Fechos e aberturas de rotas em Lisboa e Porto
No novo plano de rotas da TAP as alterações mais profundas vão verificar-se no Porto. Depois de ter voltado a apostar em força no Sá Carneiro, a TAP prepara-se agora para reformular a sua oferta a partir deste aeroporto, anunciando neste comunicado o encerramento das ligações Porto-Barcelona e Porto-Lyon, não só porque estes mercados “contam com ampla oferta da concorrência”, como para abrir espaço para novas apostas.
Ao encerrar estas ligações, explica a companhia, é possível avançar com “ajustes na rede do Porto, com objetivo de redirecionar a capacidade para mercados onde a competitividade da Companhia seja maior”. Desta forma, a aposta da TAP a partir do Porto será agora a de lançar uma ponte aérea com Madrid, “que contará com seis frequências diárias”, contando igualmente reforçar a oferta nas ligações entre o Porto e o Funchal, “com mais um voo diário”, e “fazer a operação diária do Porto-Newark” e “a quarta frequência semanal Porto-São Paulo“, explica a empresa.
Além destes reforços, a própria ponte aérea entre Porto e Lisboa vai ser igualmente reforçada com mais um voo diário, informa a companhia.
As ligações da TAP a partir de Lisboa também vão sofrer alterações significativas a partir do final de outubro próximo, explica a companhia no comunicado. A transportadora optou por libertar a capacidade dedicada a Estugarda, Colónia e Basileia — leia-se fechar as ligações –, para apostar numa ligação a Santiago de Compostela e no reforço das ligações com Espanha, desde logo através do lançamento de uma ponte aérea entre as capitais.
Para Espanha o plano de rotas da companhia a partir de Lisboa passa ainda por “voos diários entre Lisboa e as cidades de Barcelona (seis para sete diários), Bilbau, Valência e Málaga, todos de dois para três diários, e Sevilha (de três para quatro voos diários)”. O reforço de frequências para Casablanca e de Telavive são outras das apostas, esta última justificada pela vontade em apoiar a “conectividade de Israel com os Estados Unidos e Brasil”, via Lisboa.
Estados Unidos, Brasil e África
No plano agora comunicado, a TAP reitera a intenção de manter uma forte aposta no mercado norte-americano, pretendendo oferecer ao longo de 2020 quatro voos diários para Nova Iorque e apontando para dez voos por semana com destino a Miami, “em vez dos atuais sete”, além da transformação em ligações diárias das rotas de Washington D.C. e Chicago.
Para o Brasil, a aposta mantém-se no Nordeste, com a companhia a prometer “frequências reforçadas para as cidades de Natal e de Belém, crescendo de três para cinco voos por semana para cada um dos destinos”, ligações essas que serão realizadas pelo A321LR, aeronave que, já prometeu David Neeleman, implica custos mais reduzidos nas viagens para o Brasil.
“Mas mais importante do que isso é os 321 irem para o Nordeste, porque o prejuízo que nós sofremos quando o Brasil cai é mais focado no Nordeste, em Recife, Fortaleza… Agora temos concorrentes como a Air France e KLM que estão indo para Fortaleza, voando com os A340. E nós podemos colocar os A321, com um custo que é metade do que temos hoje e podemos ter mais frequências”, conforme explicou Neeleman em entrevista ao Público no final de março.
Quanto a África, o plano da TAP para 2020 olha especificamente para Luanda e Maputo, onde “a aposta em equipamentos mais modernos, eficientes e confortáveis” permitirá “disponibilizar os novos A330neo aos passageiros que voem para Luanda, a partir de outubro e, até final do ano, para os passageiros que voem para Maputo”.
(Notícia atualizada às 15h50)
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