Grupo Mello deixa passar prazo para exercer direito de preferência no capital da Brisa

O fundo Arcus quer vender a posição acionista na Brisa, já desencadeou formalmente a operação e os Mello tinham o direito de fazer a primeira oferta, mas deixaram passar o prazo sem o exercer.

O grupo Mello deixou passar o prazo para exercer o chamado right of first offer, ou o direito de fazer a primeira oferta no processo de compra da posição acionista do fundo Arcus na Brisa, apurou o ECO junto de fontes de mercado conhecedoras da operação.

A Brisa é a maior empresa concessionária de autoestradas do país, e tem dois acionistas de referência, um histórico e outro mais recente, o grupo Mello e o fundo Arcus. Agora, depois de quase dez anos de coabitação, o fundo de private equity especializado em infraestruturas — e que é liderado em Portugal por Daniel Amaral — quer sair, fazer o cash-in, preparar o levantamento de mais capital e novos investimentos.

O ECO Insider — a newsletter semanal exclusiva para assinantes — já tinha revelado que o fundo Arcus estava vendedor, mas ainda não tinha desencadeado o processo de venda, que está a ser conduzido pelo BCP e pelo Morgan Stanley. Até agora.

O ECO sabe que o fundo acionou o trigger para o arranque da operação, sem data marcada, mas com um calendário de referência, durante os próximos meses. De acordo com o parassocial assinado entre o Grupo Mello e o Arcus, a família tinha até quarta-feira passada para acionar este direito para comprar a posição da Arcus na Brisa sem concorrência. Contactado oficialmente, o grupo Mello escusou-se a fazer quaisquer comentários.

Isso quer dizer que o grupo Mello perde um direito de compra daquela posição? Não. Perdeu o direito de ser o primeiro a fazer uma oferta de compra, mas, segundo outras fontes bancárias, agora, haverá negociações de paciência. O Grupo Mello contratou o Rotschild para avaliar as alternativas de negócio e para a Arcus, claro, a melhor solução seria uma operação de venda global da Brisa, porque isso significaria a venda do controlo da empresa, logo, um prémio que maximizaria o negócio. Outra alternativa seria, ou será, o grupo Mello arranjar um comprador para aquela posição, direta e indireta. E nenhuma das hipóteses está fechada.

A Arcus tem uma posição direta de cerca de 20%, e ainda uma posição indireta, através da Tagus, uma sociedade em conjunto com o grupo Mello que tem, ela própria, 44% dos direitos de voto da concessionária.

A Brisa, diga-se, está “madura”, como se costuma dizer sobre os negócios que estão no pico dos resultados. Entre as várias concessões, a mais relevante é a Brisa Concessões Rodoviárias, que gere 12 autoestradas, entre as quais a A1 e a A5, e lucrou 166,8 milhões de euros em 2018, um crescimento de 23,5% face ao ano anterior.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Grupo Mello deixa passar prazo para exercer direito de preferência no capital da Brisa

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião