Bloco critica promessa de Centeno. Pede “compromisso mais forte” para aumentos da Função Pública

Incertezas de Centeno sobre se fica no cargo não é questão essencial, diz líder do Bloco. "Essencial é saber se o IPO, por exemplo, terá condições necessárias para responder às necessidades" do país.

A promessa de Mário Centeno de “talvez, eventualmente, se correr tudo bem” os profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e do Estado em geral terão aumentos em linha com a inflação é claramente insuficiente, apontou Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, à saída de uma visita do Instituto Português de Oncologia (IPO), em Lisboa. A bloquista responde desta forma à “promessa” de Mário Centeno de que no melhor dos cenários a função pública apenas irá ver os salários a acompanhar a inflação.

Aproveitando a visita ao IPO, Catarina Martins recordou que muitos portugueses “dependem da atuação” desta unidade de saúde e que muitos dos profissionais de saúde com quem falou no local chamaram a atenção para “as dificuldades de contratação” que o IPO enfrenta, apesar de se tratar de uma das mais conceituadas unidades do país e de se situar em Lisboa. “As dificuldades sentem-se aos mais variados níveis, de médicos, enfermeiros e auxiliares de ação médica”, realçou.

Esta síntese rápida da situação que encontrou no IPO serviu de seguida para introduzir na conversa com os jornalistas a entrevista de Centeno ao Jornal de Negócios, sobretudo a parte em que o ministro falou da evolução que prevê para os salários da função pública.

“Precisamos de olhar para os salários que têm estado congelados e perceber que não basta dizer aos profissionais do Estado e do SNS que, talvez, eventualmente, se correr tudo bem, não irão perder poder de compra com a inflação”, começou por apontar em declarações transmitidas na RTP3, à saída da visita ao IPO.

“Precisamos de um compromisso mais forte. A saúde é um ótimo exemplo. Se não formos capazes de recuperar salário e dar garantias de carreiras não vamos ter os profissionais de saúde que precisamos no SNS e temos de assumir esse compromisso, fazer o país funcionar, assegurar o acesso ao SNS e a outros serviços exige salários que respondam melhor às necessidades das pessoas e carreiras fortes”, rematou.

Já questionada sobre a hipótese de, ganhando o PS as eleições, Mário Centeno continuar como Ministro das Finanças apenas até terminar o seu mandato no Eurogrupo (junho 2020), Catarina Martins explicou que a política pública é mais que nomes e incertezas pessoais, tentando desta forma centrar o seu discurso no que realmente é “essencial”.

“Estamos no tempo das pessoas escolherem o próximo governo tendo em conta os diferentes programas. O que vamos querer fazer do SNS e a capacidade de ter o SNS a funcionar com melhores condições é uma das questões maiores para o próximo governo”, disse a líder do Bloco de Esquerda. E concluiu: “Para as pessoas o essencial é saber se o IPO, por exemplo, terá as condições necessárias” para prestar mais e melhor serviço, “e a campanha deve ser sobre isso: O que o país precisa? No Bloco de Esquerda achamos que precisa de um SNS mais forte.”

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