Costa critica PSD e afirma que “não há plano B” em relação ao aeroporto do Montijo
Primeiro-ministro sublinha que "qualquer outra solução" que não seja o Montijo, "comprometeria muito fortemente a dinâmica de crescimento do turismo".
O secretário-geral do PS criticou o PSD por colocar em causa o desenvolvimento do aeroporto do Montijo, advertindo que “não há plano B” e que a suspensão deste projeto coloca seriamente em causa o crescimento económico.
Esta posição foi transmitida por António Costa no final de um almoço com a Confederação do Turismo de Portugal, em Lisboa, e constituiu a única crítica que o líder dos socialistas dirigiu aos sociais-democratas numa intervenção inicial com 36 minutos.
“Não posso deixar de manifestar muita apreensão quando vejo que o principal partido da oposição, que ainda agora votou favoravelmente o Programa Nacional de Infraestruturas, a apresentar não só novas dúvidas existenciais sobre os projetos de alta velocidade [ferroviária], mas, sobretudo, a colocar em causa a opção já tomada para que o desenvolvimento da capacidade aeroportuária de Lisboa seja complementada com o desenvolvimento do aeroporto do Montijo”, disse.
Sobre este tema, segundo o primeiro-ministro, após décadas de impasse, convém que se seja claro e que não existam “hesitações” ou “criatividades”.
“Hoje em dia já não há plano B. Qualquer outra solução comprometeria muito fortemente a dinâmica de crescimento do turismo. Temos de manter uma linha de trabalho que não devolva o país à incerteza do que vai acontecer a seguir”, sustentou.
António Costa considerou essencial que não se desfaça o consenso político alcançado no parlamento para a criação de um complemento no Montijo do aeroporto de Lisboa e que “não se verifiquem novas hesitações”.
“Novas hesitações seriam uma fortíssima ameaça à continuidade da atividade turística do país e ao crescimento deste setor, que é fundamental para gerar emprego, riqueza e para dinamizar todo um conjunto de outras atividades económicas”, afirmou ainda em tom de aviso.
Perante os membros da Confederação do Turismo de Portugal, o primeiro-ministro frisou que sempre insistiu no caráter “essencial de existirem programas de investimento público definidos de forma consensual, discutidos e aprovados na Assembleia da República pelo menos com uma maioria de dois terços”.
“Era preciso pôr termo a um ciclo excessivo de 20 anos em que cada Governo que chegava partia do zero e colocava em causa tudo aquilo que o executivo anterior tinha feito. Desse ponto de vista, considero que esta legislatura que terminou foi exemplar, quer quanto ao programa Ferrovia 2020, quer quanto à estratégia aeroportuária”, exemplificou, falando mesmo que neste último domínio até se alcançou no parlamento uma maioria de quatro quintos.
“Este é o momento de se tomarem decisões e de agir. O estudo de impacto ambiental é claro quanto às medidas a adotar para limitar os impactos ambientais, mas voltar à estaca zero e reabrir o debate sobre a solução seria comprometer muito seriamente o futuro do país. Espero que seja possível a estabilidade nestas opções e não entramos em criatividades perigosas”, completou.
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