Dificuldade em obter crédito é fator limitativo do investimento
As empresas de base familiar precisam de investir para continuarem a crescer, avisa o presidente da AEP na primeira conferência promovida pelo Banco Empresas Montepio.
Cerca de 80% do tecido empresarial português é composto por empresas familiares, que são responsáveis por cerca de metade do emprego nacional. Todavia, para continuarem a crescer é necessário apostar na produtividade o que implica, investimento. A “dificuldade em obter crédito continua a ser um dos principais fatores limitativos ao investimento sobretudo nas empresas exportadoras”, sublinha Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), na I Conferência Banco Empresas Montepio (BEM). Portugal está na terceira pior posição entre os 28 Estados membros no que se refere ao nível de investimento, acrescentou o responsável, lembrando que para “investir mais é preciso financiamento”.
“É necessário olhar para as empresas como ator principal no processo de crescimento da economia portuguesa e enquanto não atuarmos na questão da produtividade vamos ter sempre problemas”, alerta Luís Miguel Ribeiro. Carlos Tavares, presidente do conselho de administração do Banco Empresas Montepio (BEM) concorda e destaca que é necessário apostar na produtividade, porque “os gaps de produtividade continuam a ser os mesmos desde a entrada de Portugal na União Europeia (UE)”.
Temos um gap de produtividade que é cerca de um terço em relação à média e quando comparado com a Alemanha temos um gap de produtividade de cerca de 50%.
Para o presidente do conselho de administração do Banco Empresas Montepio, “o investimento é a chave do aumento da produtividade” e o caminho passa, obrigatoriamente, por eliminar barreiras ao desenvolvimento da produtividade”. Carlos Tavares acrescenta ainda que Portugal “tem um gap de produtividade de um terço em relação à média”. “E quando comparado com a Alemanha temos um gap de produtividade de cerca de 50% e não temos saído daqui”, diz
Mas, para Carlos Tavares a questão “não se resolve com mais credito, mas sim um investimento adequado”.
O presidente do IAPMEI destacou uma outra vertente da questão: “São necessários apoios públicos ao desenvolvimento das empresas”. Nuno Mangas aproveitou a ocasião para anunciar o lançamento de uma nova linha de crédito de 100 milhões para as empresas familiares, tal como o ECO avançou a semana passada. Este é mais um dos diversos incentivos a que as empresas podem recorrer, por isso o IAPMEI lançou o Portal do Financiamento, onde estão reunidos os vários apoios públicos existentes e que as empresas podem pesquisar de forma interativas de modo a perceber quais os instrumentos disponíveis para a sua situação particular.
Com a balança comercial a novamente em terreno negativo — as importações, em julho, aumentaram 7,9%, seis vezes mais do que as exportações –, o presidente da AEP defende que é “necessário apostar no aumento das exportações, na qualificação das empresas e na requalificação dos recursos humanos” para contrariar a tendência. Luís Miguel Ribeiro reitera que “é necessário investimento por parte das empresas de forma a torna-las mais competitivas“.
A valorização da produção nacional não tem sido feita devidamente e deve merecer um esforço de todos, a começar pelo Governo central.
Carlos Tavares também destaca que “o mais importante é produzir bem transacionáveis e que é necessário exportar com mais valor acrescentado”. “No setor dos bens transacionáveis o volume de negócios médio de uma empresa alemã é oito vezes superior a uma empresa média portuguesa”, destaca o presidente do conselho de administração do BEM, exemplificando o longo caminho que as empresas nacionais ainda têm de fazer.
“É necessário atuar nas importações, valorizar a produção nacional e substituir as importações por produção nacional”, complementa o presidente da AEP.
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