Azeredo Lopes é um dos acusados no processo de Tancos. Marcelo não é referido
O antigo ministro da Defesa é um dos visados no despacho da acusação do processo que se debruça sobre o caso de Tancos. De fora do processo está Marcelo Rebelo de Sousa.
O ex-ministro da Defesa, José Alberto Azeredo Lopes, é um dos acusados no processo de Tancos e vai responder perante a Justiça. Foi finalizado esta quarta-feira o despacho da acusação, que deverá seguir por correio para os arguidos, adianta o Correio da Manhã. Por sua vez, Marcelo Rebelo de Sousa não é referido no processo, avança o Diário de Notícias.
A informação tinha já sido avançada pela Renascença no início da semana. A rádio noticiava que o Ministério Público (MP) está convencido de que Azeredo Lopes teve um papel central na recuperação do armamento roubado dos Paióis Nacionais de Tancos e criticou o ex-governante pelo “exercício perverso” de funções públicas.
O antigo ministro da Defesa será acusado de participação ativa na encenação da Polícia Judiciária Militar (PJM) para recuperar as granadas, explosivos e munições furtadas. Azeredo Lopes terá então usado a encenação da PJM para benefício político próprio e do Governo em geral, num momento em que o Executivo estava debaixo de críticas devido aos trágicos incêndios de outubro de 2017.
A participação na encenação terá sido feita também através de declarações aos órgãos de comunicação social, para convencer a opinião pública das capacidades da PJM, de acordo com a tese dos procuradores. O prazo para os procuradores deduzirem a acusação terminava esta sexta-feira.
Mas quem se encontra fora deste processo é Marcelo Rebelo de Sousa, que não é referido, refere o DN. O ex-chefe da Casa Militar do Presidente da República, João Cordeiro, foi investigado pelo MP neste caso, mas não foram reunidas provas de que este sabia dos pormenores que tornaram o caso num crime da PJ Militar.
Esta tarde, marcando presença numa conferência em Nova Iorque, ao saber destas notícias, Marcelo voltou a negar ter tido algum tipo de conhecimento privilegiado em torno da operação.
“Nem através do Governo, nem através de ninguém no Parlamento, nem através das chefias militares, nem através de quaisquer entidades de investigação criminal, civil ou militar, nem através de elementos da minha equipa, da Casa Civil ou da Casa Militar, nem através de terceiros, não tive”, disse, citado pela TSF.
“É bom que fique claro que o Presidente não é criminoso”, sublinhou.
(Notícia atualizada às 18h45 com mais informação)
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