SIGI vão surgir “nos próximos seis meses”, diz Filipa Franco, da Euronext
Pouco tempo depois de as SIGI terem sido aprovadas no Parlamento, a Euronext acredita que as primeiras sociedades cotadas começarão a aparecer "nos próximos seis meses".
Pouco tempo depois de o Parlamento ter aprovado as Sociedades de Investimento e Gestão e Imobiliária (SIGI), após um caminho de turbulência, estes instrumentos financeiros estão prestes a entrar em ação. De acordo com a listing director da Euronext Lisbon, é uma questão de meses até começarem a aparecer as primeiras SIGI. Já há empresas preparadas, uma delas é a espanhola Merlin Properties.
“As empresas estavam à espera das SIGI, que passaram por um importante teste no Parlamento“, começou por dizer Filipa Franco, durante o Portugal Real Estate Summit, que decorre esta quinta e sexta-feira no Estoril. A especialista da Euronext reconhece que esse “teste”, em que os partidos de esquerda se uniram contra estas sociedades, “foi um momento crítico para as empresas” que aguardavam pela sua aprovação.
Desde a sua aprovação até ao momento atual, o caminho fez-se a “perceber o enquadramento legal” que, finalmente, “está alinhado com os padrões” europeus. Por isso, quando questionada sobre prazos, Filipa Franco afirmou que “nos próximos seis meses, começarão a surgir as primeiras SIGI”.
Presente no mesmo painel estava Alexandre Fernandes, responsável de gestão de ativos na Europa da Sonae Sierra, que adiantou que a aprovação destas sociedades cotadas foi um “passo positivo” e que até serem dados os primeiros passos “demora o seu tempo”.
No final de 2016, a Sonae Sierra criou uma SOCIMI (SIGI espanhola) com o Bankinter, esperando-se que seja uma das empresas interessadas em estrear-se nas SIGI. “Ainda há coisas que temos de clarificar com o tempo”, atirou.
Mas a empresa mais aguardada pelos investidores portugueses é a espanhola Merlin Properties, que já afirmou várias vezes a sua intenção em entrar para a bolsa portuguesa. David Brush, CIO da SOCIMI espanhola, referiu na mesma conferência que apenas investem na Península Ibérica. “Hoje, 10% do nosso portefólio está investido em Portugal”, disse.
Embora tenha admitido que a Merlin olha para as SIGI como “um desafio”, o responsável acrescentou que “continuam a haver algumas restrições”.
Em entrevista ao ECO em abril, João Cristina, responsável da SOCIMI em Portugal, já tinha sublinhado a possibilidade de entrar para este mundo. “Olhamos com bastante interesse para o mercado nacional. Há uma dinâmica inegável dentro do mercado imobiliário e o regime das SIGI é uma possibilidade”, disse.
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