Juros dos depósitos atingem novo mínimo histórico. Pagam 0,11%
Agosto foi marcado por nova redução da taxa de juro oferecida pelos bancos nos depósitos a prazo. A taxa está em mínimos de quase 20 anos.
Rentabilizar as poupanças é uma missão cada vez mais difícil para as famílias portuguesas. Em agosto, as novas aplicações em depósitos a prazo foram remuneradas a uma taxa média de 0,11%. Trata-se do valor mais baixo em quase 20 anos.
De acordo com estatísticas do Banco Central Europeu (BCE), os bancos cortaram a remuneração média dos novos depósitos a prazo dos 0,12% que vigoraram em julho, para uma taxa de juro média de 0,11%, em agosto.
Esse valor é o mais baixo do histórico da entidade liderada por Mario Draghi, cujo início remonta a janeiro de 2000. Ou seja, há quase 20 anos.
Juros em mínimos de 2000
Fonte: BCE
Tal enquadra-se num contexto de fraca apetência dos bancos para remunerarem as poupanças dos portugueses face ao quadro de níveis historicamente baixos dos juros de referência, situação que não deve alterar-se nem tão cedo.
Na última reunião de política monetária, o Banco Central Europeu decidiu cortar a taxa de juro de depósito que aplica aos bancos para um novo mínimo histórico de -0,5%. Disse ainda esperar “que as taxas de juro diretoras do BCE se mantenham nos níveis atuais ou em níveis inferiores” até que as perspetivas para a inflação na Zona Euro convirjam rumo ao nível suficientemente próximo, mas abaixo, de 2%.
Ou seja, não se avizinham num futuro próximo perspetivas favoráveis a quem pretenda ver as suas poupanças remuneradas através de depósitos.
Só Espanha e Irlanda pagam menos
A fraca remuneração dos depósitos não se esgota na realidade portuguesa. A taxa de juro média de 0,12% de Portugal compara com os 0,33% pagos, em média, na Zona Euro.
Mas Portugal faz parte dos países que pior comparam face a este valor. Há apenas dois países da Zona Euro onde os depósitos a prazo pagam menos. Especificamente, em Espanha e na Irlanda, onde a taxa de juro média das novas aplicações em depósitos se situou em 0,04% e 0,05%, respetivamente.
No lado oposto, a Holanda mantém-se como o país mais generoso, com a banca a oferecer um juro médio de 1,28% em agosto.
Menos dinheiro a prazo
Num quadro tão desfavorável em termos de remunerações, não será de estranhar que as aplicações em depósitos a prazo dos portugueses tenham recuado para um novo mínimo de oito anos e meio, em agosto.
Entre julho e agosto saíram 343 milhões de euros dos depósitos a prazo, com o saldo total a baixar para cerca de 90.685 milhões de euros. Seria necessário recuar até fevereiro de 2011 para ver um montante mais baixo.
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