Maré vermelha na Europa. Papeleiras castigam Lisboa
Os principais índices europeus caíram mais de 2% com receios de abrandamento económico mundial. Em Lisboa, as papeleiras não resistiram. E pesos pesados como Galp e BCP também cederam.
Foi uma maré vermelha que inundou as praças mundiais na sessão desta quarta-feira, com os investidores a fugir do risco por causa dos sinais de abrandamento económico mundial. Lisboa não escapou ao pessimismo. As papeleiras foram das mais castigadas tendo em conta o seu perfil proeminentemente exportador. Pesos pesados como a Jerónimo Martins, Galp e BCP caíram mais de 2% e agravaram ainda mais as perdas por cá.
Feitas as contas, o PSI-20, o principal índice português, encerrou a cair 1,35% para 4.882,33 pontos, numa sessão em que apenas a REN escapou à pressão vendedora. No setor das papeleiras, mais sensível ao ambiente externo, a Altri cedeu 3,16% para 5,82 euros e a Navigator caiu 2,45% para 3,106 euros — a Semapa, que controla 70% da Navigator, foi arrastada e recuou 1,21%.
Entre os pesos pesados nacionais, Jerónimo Martins, Galp e BCP desvalorizaram mais de 2%. Do lado dos ganhos, sobreviveu a gestora da rede elétrica com uma subida de 1,36% para 2,605 euros.
“Ações como a REN, que gozam um caráter defensivo e que por isso em alturas de maior aversão ao risco tendem a sobressair pela positiva, fecharam com uma overperformance relativa”, referem os analistas do BPI. “Títulos mais cíclicos como a Altri e a Navigator sofreram perdas superiores às do índice”, acrescentam.
Lisboa caiu mas a Europa caiu mais, com as perdas nas praças de Frankfurt, Madrid e Milão a chegarem a quase 3%. O Stoxx 600, o índice de referência no Velho Continente, perdeu 2,58% para 377,97 pontos.
“O enfraquecimento das condições na Europa e o abrandamento na China, tudo aponta para o mesmo: receios de que a economia global está a abrandar, dando uma razão aos investidores para uma pausa e a tomaram mais-valias”, referiu Robert Pavlik, da SlateStone Wealth, citado pela Reuters.
Na Alemanha, foram revistas em baixa as perspetivas para o crescimento em 2019, de 0,8% para 0,5% este ano e de 1,8% para 1,1% no próximo ano. Do outro lado do Atlântico, o índice ISM (de compras dos gestores) saiu aquém do esperado pelos analistas, reforçando os receios quanto ao crescimento económico da maior economia do mundo.
(Notícia atualizada às 16h59)
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