Monumental reabre portas no final de 2020. “É natural que as rendas aumentem”, diz Merlin Properties
O edifício Monumental, no Saldanha, está a começar a ser remodelado e deve reabrir no final de 2020. Um processo de modernização que, segundo a Merlin Properties, vai fazer aumentar as rendas.
Um dos edifícios mais conhecidos dos lisboetas, o Monumental, no Saldanha, vai ficar mais moderno do que nunca, garantem os novos donos. A casa do famoso cinema Monumental vai entrar em obras ainda este mês e deverá abrir portas no final de 2020, num investimento de quase 30 milhões de euros. Em entrevista ao ECO, os responsáveis da espanhola Merlin Properties adiantaram que as rendas dos inquilinos vão aumentar.
Muita polémica se levantou depois de a SOCIMI espanhola, que vai entrar para a bolsa nacional já este ano, comprar o edifício em março de 2016 por cerca de 60,5 milhões de euros. No final do ano passado, o responsável pela empresa que explora as salas do cinema, disse que quando as obras ficassem concluídas, as portas do cinema encerrariam de vez. Ao ECO, o diretor-geral da Merlin Properties garantiu que os usos do edifício não serão alterados.
“Nunca se pensou em alterar o uso do cinema. A intervenção no Monumental centrou-se na modernização dos espaços de escritórios e do espaço comercial. A intervenção no espaço de cinema nunca foi, na verdade, algo que nós tivéssemos planificado com grande intensidade“, explicou João Cristina.
As obras no edifício vão arrancar este mês e a previsão é para que o imóvel reabra até ao final de 2020, nessa altura todo modernizado. O investimento total? 28,9 milhões de euros, adiantou o responsável. Contudo, em vez do habitual centro comercial, haverá apenas duas lojas de grande dimensão.
Mas quais serão as consequências deste investimento nas rendas? “As rendas estarão em linha com o que o mercado paga. O edifício envelheceu muito e a capacidade de gerar rendimento com o edifício vai decrescendo com o passar do tempo se o proprietário não investir no imóvel. O Monumental estava neste movimento descendente. É natural que as rendas aumentem“, afirmou.
Para Inés Arellano, responsável pelas relações com investidores da Merlin, as rendas “têm de aumentar se não não faz sentido fazer a reabilitação”. A responsável diz que a SOCIMI não é uma ONG e explicou que as “rendas anteriores eram baixas” e que é preciso gerar mais rentabilidade para pagar os dividendos aos investidores.
“Não temos pressa para investir”
O Monumental é um dos vários edifícios que esta empresa espanhola tem em Portugal, e também um dos que vai receber dinheiro para ser renovado. A este, juntar-se-á a Plataforma Logística Lisboa Norte, em Castanheira do Ribatejo, comprada em outubro de 2016 por 124 milhões de euros, e que vai ser remodelada agora num investimento de 150 milhões de euros.
Questionados sobre os montantes que têm para investir em território nacional, ambos os responsáveis responderam que não há um valor fixo. “Não há um dinheiro para Portugal. Olhamos para as oportunidades e quando houver alguma, o dinheiro estará disponível para poder comprar”, acrescentou Inés Arellano.
E o investimento não é só feito em ativos, mas também em talento. Das três pessoas que compunham a equipa da Merlin Properties em Portugal, juntaram-se entretanto outras quatro. “Esperemos que haja mais contratações. As necessidades aumentam à medida que vamos fazendo novas aquisições”, notou João Cristina.
A Merlin entrou em Portugal em 2015, através da compra do Edifício Caribe, no Parque das Nações, por 18 milhões de euros. Entretanto somaram-se a essa lista outros imóveis como a Torre A (Torres de Lisboa), a Torre Zen (Parque das Nações) e o Almada Fórum. Mais recentemente foi a vez da sede da Nestlé, em Linda-a-Velha, por 12,5 milhões de euros. Ao todo são mais de duas mãos de edifícios, que representam cerca de 10% da carteira da SOCIMI.
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