CFP já acredita na meta de Centeno para o PIB. Vê economia a crescer 1,9% este ano
A nova informação do INE levou o CFP a apresentar uma nova projeção para o crescimento económico. A instituição aponta para 1,9% e deixa de ser a mais pessimista.
O Conselho das Finanças Públicas está mais otimista quanto ao desempenho da economia portuguesa este ano. Os novos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) levaram a instituição a igualar a projeção de crescimento do PIB para 2019 com a do Governo, ao colocar a previsão de subida do PIB em 1,9%. No mesmo dia, esta é a segunda instituição a validar as previsões de Mário Centeno, embora seja uma décima mais otimista (2%).
“Com base nesta nova informação, a projeção do CFP constante no presente Relatório aponta para um crescimento real do PIB de 1,9% em 2019”, diz o relatório Finanças Públicas: Condicionantes e Situações (2019-2023) publicado esta quinta-feira.
Apesar disso, o CFP aponta para uma desaceleração face a 2018 igual à que tinha previsto em março quando apresentou este relatório pela primeira vez. Na altura, o CFP esperava que a economia abrandasse de 2,1% para 1,6%. Agora aponta para uma desaceleração de 2,4% para 1,9%. Ou seja, nos dois momentos o CFP considera uma travagem de 0,5 pontos percentuais (p.p.) entre o crescimento económico de um ano e do outro.
Apesar da melhoria da projeção para este ano — também esta quinta-feira o Banco de Portugal melhorou a sua previsão de crescimento para este ano de 1,7% para 2% –, a desaceleração nos próximos anos mantém-se, assim como os riscos.
“Nos anos subsequentes, o crescimento económico deverá prosseguir a trajetória de abrandamento observada em 2018. Com base na informação disponível, no final do horizonte [2023], antecipa-se um crescimento de 1,5%. Esta evolução está naturalmente sujeita aos riscos associados a uma conjuntura externa particularmente incerta.”
A taxa de crescimento de 1,5% projetada pelo CFP está longe da que foi prevista pelo PS no seu cenário macroeconómico construído no âmbito do programa eleitoral. Nesse documento, os socialistas acrescentaram uma décima à previsão de crescimento que tinha inscrito no Programa de Estabilidade, apontando agora para uma subida do PIB de 2,2%.
A desaceleração esperada pela instituição presidida por Nazaré Cabral “reflete o contributo negativo das exportações líquidas e a moderação da expansão da procura interna, em particular do consumo privado”.
“Nesta trajetória a economia converge no médio prazo para o seu potencial. Esta perspetiva indicia a maturação da fase de expansão do ciclo económico e a existência de constrangimentos ao crescimento potencial da economia portuguesa, nomeadamente a baixa produtividade, o investimento insuficiente para repor o stock de capital e o rácio do investimento no PIB a níveis pré-crise de 2009 e as tendências demográficas desfavoráveis.”
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