Cofina entrega pedido de registo da OPA à TVI à CMVM. Media Capital tem oito dias para se pronunciar
Incluindo a dívida (enterprise value), a operação de compra da Media Capital envolve cerca de 255 milhões de euros. Próximos passos são as autorizações regulatórias.
A Cofina oficializou o pedido de registo da oferta pública de aquisição (OPA) da Cofina sobre as ações da Media Capital. Após o anúncio preliminar lançado há três semanas, o pedido de registo deu entrada, na sexta-feira passada, na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), ou seja, na data limite do prazo. A administração da dona da TVI tem agora oito dias para se pronunciar, ou seja, até ao próximo sábado.
“A CMVM confirma ter recebido da Cofina – SGPS, S.A. na sexta-feira, dia 11 de outubro, o pedido de registo da oferta pública de aquisição de ações representativas do capital social do Grupo Media Capital, SGPS, SA., com isso se dando sequência, nos trâmites habituais, à análise da operação“, afirmou fonte oficial da CMVM ao ECO.
A dona do Correio da Manhã propõem-se pagar 2,3336 euros por cada ação da dona da TVI que não é controlada pela Prisa e 2,1322 euros pelas mais de 80 milhões de ações que estão nas mãos do grupo espanhol. Assim, a oferta global ascende a 180 milhões de euros. Incluindo a dívida (enterprise value), a operação de compra da Media Capital envolve cerca de 255 milhões de euros.
Esta foi a proposta, mas pode não ser o valor final. O supervisor diz, contudo, que o preço a pagar aos pequenos investidores terá de ser fixado por um auditor independente porque a Media Capital apresenta uma liquidez na bolsa muito reduzida e isso impede que se possa calcular o valor “equitativo” da contrapartida da OPA à luz das regras do mercado.
As ações da Media Capital, que não negoceiam desde 4 de outubro, valem atualmente 2,02 euros por ação na bolsa de Lisboa. O valor fica 13,44% abaixo do montante oferecido pelas ações dispersas em bolsa e 18,45% abaixo do valor a que negociavam antes do lançamento da OPA (2,48 euros).
OPA à espera dos reguladores
Além do parecer da administração da Media Capital para os acionistas, há uma série de passos que ainda são necessários, desde logo dos supervisores. Tanto a Autoridade da Concorrência como a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) já foram notificadas do negócio, mas ainda nenhuma deu parecer.
Por último, será feito um aumento de capital para concretizar a operação. “À aprovação de um ou mais aumentos do capital social do oferente por novas entradas em dinheiro, no montante necessário para, conjuntamente com a parcela de financiamento bancário a contrair pela Oferente, financiar o preço de aquisição das ações representativas de 100% (cem por cento) do capital social da Vertix [o veículo que a Prisa usa para controlar a Media Capital]”, lê-se no comunicado.
O financiamento da operação está assegurado através de crédito bancário já aprovado e da realização do aumento de capital. Excluindo a percentagem do capital em free-float, o aumento de capital está garantido em mais de 50% pelos atuais acionistas de referência, sendo, no entanto, possível que entrem novos investidores com posições qualificadas. Como já foi avançado pelo ECO, o empresário Mário Ferreira e a Abanca deverão ser os novos parceiros da Cofina neste processo.
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