Netanyahu devolve mandato. Não conseguiu formar Governo em Israel
Benjamin Netanyahu não foi capaz de formar Governo e viu-se obrigado a devolver o mandato ao presidente israelita. Abre margem para uma tentativa por parte do seu principal rival político, Beny Gantz.
O primeiro-ministro israelita em funções, Benjamin Netanyahu, admitiu ao Presidente de Israel, Reuven Rivlin, não ter reunido as condições necessárias para formar Governo e devolveu o processo ao chefe de Estado, abrindo margem para uma tentativa por parte do seu principal rival político.
Numa nota informativa, a Presidência israelita divulgou a decisão de Benjamin Netanyahu e avançou que irá encarregar Beny Gantz, líder da coligação centrista Azul e Branco (formação que conseguiu o maior número de deputados nas legislativas israelitas de setembro), de formar executivo num prazo de 28 dias.
“O Presidente Rivlin recebeu hoje [segunda-feira] o anúncio do primeiro-ministro e deputado Benjamin Netanyahu de que devolve o mandato para formar Governo porque não conseguiu fazê-lo”, referiu a nota presidencial. Este anúncio surge praticamente um mês depois de Netanyahu ter recebido, a 25 de setembro, o mandato para formar Governo, alguns dias depois das eleições legislativas de 17 de setembro.
É a segunda vez que Netanyahu falha a formação de Governo. A primeira tinha ocorrido em maio último, quando por falta de apoios decidiu convocar um novo escrutínio, pouco mais de quatro meses depois das anteriores eleições gerais.
Nas eleições de setembro, o Azul e Branco conseguiu 33 lugares e o Likud (a força política de Netanyahu, direita) 32, tendo Netanyahu obtido o apoio de 55 deputados e Gantz o de 54, ambos aquém dos 61 necessários para conseguir uma maioria absoluta no parlamento (Knesset, 120 lugares).
Ao longo do último mês, Netanyahu manteve negociações com a formação Azul e Branco e com o antigo parceiro Israel Beiteinu (direita nacionalista secular), a força política de Avigdor Lieberman (ex-ministro da Defesa de Netanyahu), mas sem sucesso.
Ao longo do processo negocial, Beny Gantz afirmou que se recusava participar num Governo dirigido por um primeiro-ministro ameaçado de ser acusado pela justiça por suspeitas de corrupção.
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