WeWork prepara despedimento de quatro mil trabalhadores
Redução no número de trabalhadores está incluída no plano de recuperação acordado com o Softbank no âmbito do resgate financeiro anunciado durante o fim de semana.
A WeWork prepara-se para despedir quatro mil pessoas. Os despedimentos serão parte do plano de recuperação acordado com o Softbank no âmbito do resgate financeiro anunciado durante o fim de semana, diz o Financial Times (acesso condicionado e conteúdo em inglês). O grupo japonês vai assumir o controlo da conhecida startup de aluguer de espaços de coworking, tendo já afastado o fundador, Adam Neumann, do board da empresa.
Segundo o FT, que cita fontes com conhecido direto do plano, os cortes vão abranger 30% da mão-de-obra global da WeWork, que se situa atualmente em 14 mil pessoas. Cerca de mil pessoas que serão despedidas são trabalhadores de áreas que poderão ser subcontratadas, como limpezas.
O objetivo do Softbank será também que a WeWork concentre as atividades em três mercados prioritários: Estados Unidos, Europa e Japão. Regiões como China, Índia ou América Latina poderão, assim, ser deixadas para segundo plano ou mesmo abandonadas.
Marcelo Claure, executivo do Softbank nomeado chairman da WeWork, disse esta quarta-feira aos trabalhadores que a empresa teria de fazer mudanças para ser rentável. “Sim, haverá despedimentos — não sei quantos — e sim, teremos de ajustar a dimensão do negócio para alcançar um cash flow positivo e rentabilidade“, escreveu num comunicado interno, a que o FT teve acesso. “Prometo que quem sair será tratado com respeito, dignidade e justiça. Para quem fica, garantimos a todos que serão alinhados e partilhar da futura criação de valor”.
A WeWork foi resgatada no fim de semana, com o SoftBank a aceitar comprar a maior parte das ações da empresa que eram detidas pelo controverso gestor Adam Neumann, no valor de cerca de mil milhões de dólares. O grupo japonês comprou também ações detidas pelos funcionários da WeWork no valor de cerca de dois mil milhões de dólares.
Ao abrigo deste resgate, o SoftBank aceitou também fazer um empréstimo de 500 milhões de dólares a Neumann com o intuito de ajudar o gestor a pagar a dívida ao banco JPMorgan. Vai ainda pagar-lhe 185 milhões de dólares em honorários relativos à prestação de serviços de consultoria. Contas feitas, o fundador da empresa, que tem sido apontado como um dos principais responsáveis deste desfecho, fica com 1,7 mil milhões de dólares com este resgate.
A operação corta, no entanto, a avaliação da WeWork para os oito mil milhões de dólares, poucos meses depois de a empresa ter sido avaliada em 47 mil milhões de dólares. A WeWork arriscava ficar sem capital nas próximas semanas, numa altura em que surgiam notícias de que está a adiar alguns despedimentos por não ter liquidez para pagar as devidas indemnizações. O SoftBank já detinha um terço da empresa, fazendo da WeWork um dos piores investimentos da História do grupo japonês, que é liderado por Masayoshi Son.
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