EDP pode perder mais de 400 milhões de euros com centrais a carvão só este ano
Relatório da Carbon Tracker Iniciative indica que 79% das centrais a carvão já não são rentáveis e estão a gerar perdas para as empresas. No total, serão 6,6 mil milhões de euros em toda a Europa.
A transição energética está a levar ao fecho de centrais a carvão e as ainda existentes são cada vez menos rentáveis. O relatório anual da Carbon Tracker Iniciative concluiu que 79% de todas as unidades na União Europeia (UE) vão gerar perdas para as energéticas. Perdas para a EDP poderão chegar aos 404 milhões de euros.
“O carvão está sob profunda pressão económica por toda a UE. Com base no modelo Carbon Tracker, estimamos que 84% dos geradoras de lignite e 76% dos a carvão estão atualmente a operar com perdas e poderão gerar quebras de 3,54 mil milhões de euros e 3,03 mil milhões de euros, respetivamente, em 2019”, refere o relatório publicado esta quinta-feira.
Por um lado, energias renováveis como solar ou eólica são mais baratas que fontes fósseis como é o caso do carvão. Por outro, o carvão é mais poluente e os países da UE assumiram como compromisso de descarbonização das economias, levando ao fecho de centrais deste tipo. Neste processo, os custos do CO2 pressionam as empresas a acelerarem.
Segundo o Carbon Tracker, o país da UE em que as perdas serão mais elevadas é a Alemanha (1.968 milhões de euros), seguida de Espanha (992 milhões de euros) e da República Checa (899 milhões de euros). Para Portugal, as perdas potenciais são consideravelmente menores: 165 milhões de euros.
Entre as empresas de toda a Europa, são a alemã RWE, a checa EPH e a britânica PPC que poderão ter maiores perdas, de 975 milhões, 613 milhões e 596 milhões, respetivamente. No caso da EDP, as quebras estimadas distribuem-se entre 125 milhões de euros para a unidade em Portugal, que será descontinuada ou reconvertida até 2025, bem como 279 milhões de Espanha, cuja meta para o encerramento é 2023.
O grupo liderado por António poderá ver reduzido o EBIDTA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que no ano passado se situou em 3.317 milhões de euros. Apesar do reforço na aposta nas energias renováveis, 12% da energia produzida pela EDP no ano passado ainda foi gerada a partir de carvão.
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