Correia de Campos defende metas salariais por setor
O presidente do Conselho Económico e Social defende que, em vez um salário médio fixo para a generalidade do mercado de trabalho, é preciso pensar setor a setor e em função do ordenado máximo.
Para António Correia de Campos, pensar num salário médio fixo para a generalidade do mercado de trabalho “é um pouco ficcional”. Em entrevista ao Público (acesso condicionado), o ex-ministro da Saúde e atual presidente do Conselho Económico e Social (CES) defende que devem antes ser estabelecidas metas por setor. “Temos de olhar para os aspetos setoriais. Não me parece que a criação de um salário médio fixo seja uma solução de grande utilidade“, sublinha.
Um dos objetivos do Governo de António Costa para os próximos quatro anos é fechar um acordo plurianual de rendimentos e competitividade com os parceiros sociais, que poderá incluir um referencial para a atualização das tabelas salariais. Questionado sobre se um referencial de 3,5% é viável — à semelhança do que ficou inscrito no acordo conseguido por António Guterres em 1996 –, Correia de Campos salienta que, em vez de definir um objetivo generalizado para o mercado de trabalho, é preferível olhar para os “aspetos setoriais”.
“Deve ser setor a setor. Vamos ter de fazer análises. Salários médios garantidos, como o garantido salário mínimo, é um pouco ficcional. Pode-se criar metas proporcionais dentro de cada setor e dizer que o salário mediano de um determinado setor deve ser correspondente a uma percentagem do valor do salário máximo e a uma percentagem do valor do salário mínimo. É ter uma chaveta de valores percentual e não andar à volta de um número monetário”, diz o presidente do CES.
Sobre os futuros aumentos do salário mínimo, Correia de Campos considera que a meta de atingir os 750 euros mensais até 2023 anunciada pelo Executivo não é ambiciosa, como dizem os patrões. “Outra questão diferente é saber se a economia acompanha, saber se tudo se vai manter como tem acontecido até aqui. Se assim for, não há razão para pensar que não seja possível atingir esse objetivo”, frisa.
A ministra do Trabalho esteve reunida, esta quarta-feira, com os parceiros sociais para debater a evolução da remuneração mínima garantida. Ana Mendes Godinho não apresentou, contudo, qualquer proposta para a subida para 2020. Esse valor só deverá ser conhecido na próxima quarta-feira, dia 13 de novembro.
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