Novo Banco agrava prejuízos para 572,3 milhões de euros
Depois de fechar o semestre com um resultado líquido negativo de 400 milhões, os prejuízos agravaram-se para 572,3 milhões até setembro. No ano passado, no mesmo período, tinha perdido 420 milhões.
O Novo Banco perdeu 572,3 milhões de euros até setembro. Os prejuízos do banco liderado por António Ramalho agravaram-se nos três meses do verão, período que ficou marcado pela venda de mais uma carteira de crédito malparado superior a 2,7 mil milhões de euros ao fundo Davidson Kempner, a NATA II.
De acordo com o comunicado enviado à CMVM, o Novo Banco, detido a 75% pelos americanos do Lone Star e a 25% pelo Fundo de Resolução, fechou os primeiros nove meses do ano com um prejuízo de 572,3 milhões, o que compara com os 400,1 milhões no primeiro semestre. No mesmo período do ano passado tinha perdido 420 milhões.
O Grupo Novo Banco explica que para o agravar das contas contribuiu “uma perda de -712,4 milhões na atividade legacy”. “Neste período, o Grupo Novo Banco registou perdas relacionadas com o processo de restruturação e desalavancagem de ativos não produtivos, designadamente o projeto Sertorius, o projeto Albatros, o projeto NATA II e o processo de venda da GNB Vida, cujo impacto negativo ascendeu a -391 milhões de euros”, acrescenta.
O ativo do Novo Banco Legacy decresceu 51,5% face a dezembro de 2018, sendo de destacar a redução na carteira de crédito líquida em cerca de -573 milhões de euros (-25,0%), nos imóveis no valor de -625 milhões de euros (-37,6%) e em outros ativos em -4.290 milhões (-63,9%), dos quais -4.076 milhões resultam do desreconhecimento da GNB Vida”, remata.
Novo Banco, o “bom”, dá lucro
António Ramalho voltou a apresentar contas separadas relativas à parte má, o Novo Banco Legacy, e à boa, o Novo Banco Recorrente. Enquanto a legacy continua a pesar nas contas, a parte boa acabou por atenuar as perdas do Grupo Novo Banco. “Registou um resultado positivo de 140,1 milhões de euros, apresentando um acréscimo de 101,3 milhões face ao período homólogo do ano anterior”, diz o banco.
O desempenho positivo da margem financeira (+80,3 milhões de euros) e a melhoria muito significativa das reservas de justo valor que compensou o menor nível de resultados de operações financeiras” contribuíram para este resultado positivo que continua, contudo, a ser mais do que anulado pelas perdas provocadas pelo legado.
“O crescimento sustentado da atividade, com todos os indicadores a evoluírem favoravelmente, e a redução em 51,5% do perímetro do banco legado (menos 5.487 milhões) confirmam que estamos em linha com os objetivos definidos e com os compromissos assumidos com a DGCOMP”, afirma António Ramalho, CEO do Novo Banco.
Pedido ao Fundo de Resolução? Valor está em aberto
Com o agravar dos prejuízos, é expectável que o valor a pedir pelo Novo Banco ao Fundo de Resolução, no âmbito do mecanismo de capital contingente, venha a aumentar. O Jornal Económico avançou que o montante poderia ascender a 700 milhões de euros, este ano, acima dos 600 milhões que o Governo tem previstos. O banco liderado por António Ramalho não confirma.
“O Novo Banco tem os seus rácios de Common Equity Tier 1 (CET1) e Tier 1 protegidos em níveis predeterminados até aos montantes das perdas já verificadas nos ativos protegidos pelo Mecanismo de Capital Contingente. A compensação do final do ano dependerá das perdas e custos, das recuperações e das exigências de capital em vigor à data“, diz. No final do primeiro semestre, com prejuízos de 400 milhões, o banco previa pedir 541 milhões.
“Em setembro de 2019 o rácio CET1 foi de 13,5% e o rácio de solvabilidade total de 15,1% valores que representam um aumento face aos apurados no final de 2018 devido ao aumento das reservas de capital aplicáveis ao Novo Banco em base subconsolidada”, acrescenta.
(Notícia atualizada às 17h13 com mais informação)
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