Albert Rivera demite-se da liderança do Ciudadanos

Com a perda de 47 lugares no Parlamento espanhol, Albert Rivera apresenta a demissão da presidência do Ciudadanos. Depois de treze anos à frente do partido, Rivera revela ainda que deixa a política.

Albert Rivera não resistiu aos resultados eleitorais em Espanha deste domingo. A hecatombe nas urnas, com a passagem de 57 deputados para dez, levou o líder do Ciudadanos a apresentar a demissão do cargo de presidente do partido. Albert Rivera anunciou ainda que vai deixar a política, depois de mais de uma década à frente do partido.

Demito-me como presidente do Ciudadados para que este projeto, num Congresso Extraordinário, eleja o seu rumo e o seu futuro”, disse Albert Rivera esta segunda-feira de manhã, citado pelo El País (acesso livre, conteúdo em espanhol). Depois de treze anos à assumir as rédeas do Ciudadanos, o político de origem catalã apresentou a demissão ao comité executivo do partido, reunido em Madrid, e anunciou também que vai deixar a política para “servir outras pessoas” e dedicar-se à vida familiar e “aos amigos”. “Deixo a política. A vida pública. Desfrutei e aprendi“, assinalou.

Com esta saída, Rivera deixa de ser deputado nacional, cargo que ocupava desde janeiro de 2016. “Aprendi muito, conheci gente maravilhosa pelo caminho e servi Espanha com humildade”, disse. O partido foi um dos grandes derrotados nas eleições deste domingo mais de dois milhões e meio de votos, perdendo 47 deputados. O próximo passo será marcar um congresso extraordinário, ainda sem data, para decidir o novo líder do partido e a nova direção.

“O que tivemos esta noite [domingo, dia 10 de novembro] foi um mau resultado, sem paliativos nem desculpas”, reconheceu, na noite eleitoral, o até então líder do Ciudadanos, Albert Rivera, antes de anunciar a convocação do congresso para deixar o rumo do partido na mão dos militantes. O presidente admitiu ainda a sua responsabilidade, mas evitou demitir-se antes de comunicar a decisão formalmente primeiro à direção dos centristas. “Os líderes assumem na primeira pessoa não só os êxitos mas também os fracassos“, admitiu. A derrota chegou a Barcelona, onde tinham uma forte presença, com uma queda de cinco para dois deputados.

Os resultados deste domingo levam a crer que se mantenha o bloqueio político em Espanha. O PSOE voltou a vencer as eleições, mas sem maioria. Os socialistas tiveram 28% dos votos e 120 deputados eleitos, seguido pelo Partido Popular que obteve 20,82% dos votos, elegendo 88 deputados. Nestas eleições, o Ciudadanos foi ultrapassado pelo partido de extrema-direita Vox, que tinha 24 deputados e deverá eleger 52, pelo partido de extrema-esquerda Unidas Podemos, que passa dos atuais 42 para 35 deputados e pelos independentistas da Esquerda da Catalunha (ERC) que caiu para 13 deputados eleitos (tinha 15).

(Notícia atualizada às 11h36)

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