Marcelo pede para se honrar mandato de Draghi com reforço da União Europeia
O Chefe de Estado lembra que o objetivo da UE é "assegurar que o desenvolvimento coeso e harmonioso do espaço europeu" e, desta forma, honrar o "inestimável legado de Mario Draghi à frente do BCE".
O Presidente da República apelou esta terça-feira à defesa e aprofundamento do projeto europeu, desde logo, com a conclusão da União Económica e Monetária, para honrar o mandato de Mario Draghi à frente do Banco Central Europeu (BCE).
Marcelo Rebelo de Sousa falava num jantar oficial no Palácio do Quirinal, em Roma, oferecido pelo seu homólogo italiano, Sergio Mattarella, fechado à comunicação social, inserido na sua visita de Estado a Itália.
Na sua intervenção escrita, a que a agência Lusa teve acesso, o chefe de Estado considerou que se vive um tempo de “dúvidas, inquietações e convulsões”, com “nacionalismos extremistas e populismos demagógicos”, em que o “projeto de paz, desenvolvimento e coesão” europeu ganha ainda mais importância.
Segundo o Presidente da República, há que “assegurar que o desenvolvimento coeso e harmonioso do espaço europeu continuará a ser um objetivo primordial da União, completando o que importa completar, nomeadamente na União Económica e Monetária, e assim honrando o inestimável legado de Mario Draghi à frente do BCE“.
O economista italiano Mario Draghi foi presidente do BCE entre 2011 e o final do mês passado. Enquanto exerceu essas funções, Marcelo Rebelo de Sousa convidou-o a participar numa reunião do Conselho de Estado, para falar sobre a situação económica e financeira europeia, em abril de 2016, e condecorou-o com o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique, em junho deste ano.
No discurso que fez neste jantar oficial, o chefe de Estado abordou novamente a questão das migrações, salientando “a solidariedade que Portugal se orgulha de ter assumido perante os fluxos migratórios com que a Itália se tem confrontado” e agradeceu o apoio da República Italiana “após os terríveis incêndios que assolaram Portugal em 2017”.
No seu entender, é preciso manter a “procura de soluções justas e solidárias” e garantir “um diálogo constante sobre os desafios geoestratégicos que exigem uma resposta coordenada – da situação do Mediterrâneo aos conflitos comerciais“.
“Em todos estes domínios Portugal sabe que pode contar com a Itália, como a Itália está certa de que pode contar com Portugal. Na defesa do comércio livre e justo. Na salvaguarda do multilateralismo e das Nações Unidas. Na permanente valorização da unidade europeia”, afirmou.
Em tom de advertência, acrescentou: “Fazemo-lo por convicção e porque conhecemos bem o preço do isolamento, do fechamento sobre si próprio, da recusa do diálogo. Como conhecemos o custo do protecionismo e da ‘não Europa'”.
No final da sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a assinalar “a feliz coincidência de Portugal e Itália celebrarem ambos o 25 de Abril como um dia de liberdade, de fraternidade e de futuro” e mostrou-se certo de que esses “três signos” continuarão “a guiar a Europa e o mundo”.
O chefe de Estado propôs um brinde “à saúde e felicidade do Presidente Sergio Mattarella e ao progresso e prosperidade de todos os italianos”, expressando “profundo reconhecimento” ao seu homólogo “pelo que tem feito em prol das relações luso-italianas e do projeto europeu”.
Marcelo Rebelo de Sousa chegou a Itália na segunda-feira, para uma visita de Estado que termina na quarta-feira, em Bolonha, em que está acompanhado pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, e pelos deputados à Assembleia da República Jorge Lacão, do PS, Adão Silva, do PSD, e Bruno Dias, do PCP.
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