Consórcio recebe 2,3 milhões de euros para inovar setor agroalimentar na região Centro
O consórcio liderado pela Universidade de Coimbra recebeu financiamento do Programa Operacional Centro 2020. O projeto tem em vista desenvolver uma estratégia de desenvolvimento territorial.
Um consórcio para desenvolver e inovar o setor agroalimentar na região Centro, liderado pela Universidade de Coimbra (UC), recebeu 2,3 milhões de euros de fundos europeus, através do Programa Operacional Centro 2020, foi esta segunda-feira anunciado.
“Responder aos desafios que as fileiras do setor agroalimentar da região Centro enfrentam” é o objetivo da rede de competências CULTIVAR (https://icultivar.pt/)”, que acaba de receber aquele financiamento, afirma a UC, numa nota enviada esta segunda-feira à agência Lusa.
Para encontrar respostas, o projeto do consórcio, que tem como parceiros o Instituto Pedro Nunes (IPN), o Centro de Apoio Tecnológico Agroalimentar (CATAA) e o Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), propõe-se criar “uma estratégia de desenvolvimento territorial alicerçada na caracterização, conservação e valorização dos recursos genéticos endógenos”, explica a UC.
A rede de competências CULTIVAR será apresentada na quarta-feira, pelas 15:30, no Centro de Empresas Inovadoras de Castelo Branco (CEi), no âmbito do congresso Inovaction, com a presença da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e de representantes das instituições que compõem o consórcio.
“A degradação ambiental, a pressão sobre os recursos naturais e as alterações climáticas confrontam as sociedades com inúmeros desafios, os quais requerem conhecimento, criatividade e inovação, sendo ainda necessária uma profunda mudança social”, sustenta Helena Freitas, coordenadora do Centro de Ecologia Funcional (CFE) da UC e líder do projeto.
Assim, sublinha ainda a investigadora, citada pela UC, “é fundamental adotar-se uma abordagem sistémica na investigação e na intervenção do território, promovendo o desenvolvimento de metodologias e soluções inovadoras, economicamente viáveis, focadas na segurança alimentar e numa produção ambiental e socialmente sustentável com uma base integradora do funcionamento dos agroecossistemas e que contemple todas as suas dimensões”.
A catedrática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC (FCTUC) reforça que, “em virtude das condições inerentes à matriz territorial da região Centro e da sua elevada vulnerabilidade face aos diversos cenários de alterações climáticas, há necessidade de abordar o território de forma disruptiva e diferenciadora”.
Em resultado de “sinergias criadas anteriormente”, foi possível “criar um consórcio regional de instituições de IC&DT [investigação científica e desenvolvimento tecnológico] relevantes no setor agroalimentar, e que possuem todas as condições físicas e competências técnicas para desenvolver projetos de investigação disruptiva e consequente transferência da inovação para o mercado”, realça Helena Freitas.
Este projeto assenta “numa visão holística que integra as dimensões ambientais, sociais e económicas com o objetivo de valorizar os recursos genéticos endógenos da região Centro e os processos que os suportam, de modo a alavancar de forma sustentável o setor agroalimentar”, salienta Joana Costa, investigadora do CFE e diretora executiva do projeto.
Pretende-se, deste modo, “valorizar e dotar os polos de competência existentes na região Centro de conhecimentos em áreas estratégicas, com consequente fixação de recursos humanos altamente especializados, ao mesmo temo que promove e consolida a colaboração entre instituições de ciência, tecnologia e ensino superior e o ‘cluster’ agroalimentar, numa perspetiva assente na inter e transdisciplinaridade do conhecimento e da inovação”, conclui Joana Costa, que é docente convidada da FCTUC.
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