Patris vai para a bolsa a 3,20 euros por ação

Patris Investimentos entra no mercado de capitais com uma avaliação de 14,8 milhões de euros. PSI-20? "É um sonho que pode vir a tornar-se uma realidade", disse o presidente da recém-cotada.

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Foi a empresa 200 a entrar para o Alternext, mas apenas a terceira portuguesa. A Patris Investimentos chega esta quinta-feira à tarde ao mercado com o preço de referência de 3,20 euros por ação, o que avalia a nova cotada em 14,8 milhões de euros.

No total, foram admitidos mais de 4,635 milhões de títulos, representando a totalidade do capital desta holding seguradora, que detém ainda interesses na área da corretagem financeira e turismo. As primeiras ordens começarão a ser efetuadas já a partir das 15h00, em mercado descontinuado.

A Patris chega à Alternext, um mercado de capitais alternativo e onde a flexibilização dos deveres de informação torna mais atrativa para pequenas e médias empresa, depois de três aumentos de capital realizados ao longo do ano no montante global de 2,7 milhões de euros. Os primeiros contactos entre a Patris e Euronext com vista à listagem começaram em março. Outubro marcou o início da preparação dos documentos de admissão por parte do Montepio, que trabalho como assessor financeiro e listing sponsor. Tês meses volvidos, é tocado o sino de estreia da primeira “holding” no mercado alternativo.

“Sou um grande entusiasta do mercado de capitais”, começou por dizer Gonçalo Pereira Coutinho, presidente e principal acionista da Patris, com 18,3% do capital, em sessão especial de bolsa realizada na Euronext, em Lisboa. “Uma economia sem um mercado de capitais é sempre uma economia fragilizada. Não temos um mercado fácil com a economia em fraco crescimento. Faremos um trabalho de divulgação da empresa junto de investidores para dinamizar a nossa presença no mercado. Temos 30 acionistas. Queremos atrair mais investidores. Há fundos de investimento especialmente direcionados para as PME”, sublinhou ainda o responsável.

Do lado de Maria João Carioca, presidente da Euronext Lisboa de saída para a administração da Caixa Geral de Depósitos, as palavras foram de contentamento por ver uma empresa portuguesa entrar no mercado de capitais. “O Alternext está desenhado para as empresas que se encontram em crescimento. É uma solução mais leve de acesso ao mercado”, referiu Carioca.

Adiantou que 2017 poderá trazer mais novidades ao nível de novas admissões, com a Euronext a manter contactos com quatro empresas (duas das quais participaram na Web Summit) no sentido de preparar os trabalhos para entrar no mercado de capitais.

"Uma economia sem um mercado de capitais é sempre uma economia fragilizada. Não temos um mercado fácil com a economia em fraco crescimento. Faremos um trabalho de divulgação da empresa junto de investidores para dinamizar a nossa presença no mercado. Temos 30 acionistas. Queremos atrair mais investidores. Há fundos de investimento especialmente direcionados para as PME.”

Gonçalo Pereira Coutinho

Presidente da Patris Investimentos

A Patris Investimentos é uma “holding” seguradora, tendo sido constituída em 2006. Registou um lucro de 520 mil euros no exercício de 2015, trabalhava para 76 mil clientes, detendo ativos de 240 milhões de euros. Ao longo da última década foi crescendo sobretudo por via de aquisições. Comprou três empresas do BPN: Fincor, BPN Gestão de Activos (actual Patris Gestão de Activos) e Real Vida, seguradora independente que representa a atividade mais significativa do grupo.

“PSI-20 é um sonho”

Pereira Coutinho aproveitou os holofotes da sessão especial de bolsa para adiantar que até final do ano a Patris deverá concluir a compra de mais duas sociedades: a Finibanco Vida e a Banif Pensões. Sem adiantar os valores das operações, aquele responsável revelou que as operações estão já na fase final de apreciação por parte da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões. Mais aquisições em vista? “Todos os anos fazemos pelo menos uma aquisição”, disse o presidente da Patris de forma enigmática.

Com os pés assentes na terra, Gonçalo Pereira Coutinho admite como uma “possibilidade” vir a ser um membro do índice de referência nacional, o PSI-20. “Temos de fazer primeiro o nosso caminho. Entremos no mercado de capitais. A segunda etapa é passar para o mercado de capitais, mais exigente”, declarou. “Mas sonho que um dia possa vir a tornar-se realidade”, disse.

A Patris é a terceira empresa portuguesa a estrear-se no mercado secundário não regulamentado da Euronext Lisbon, depois de a Intelligent Sensing Anywhere (ISA), em 2012, e da Nexponor (fundo da AEP), em 2013, se terem estreado neste segmento.

(Notícia em atualizada às 13h03 com mais informações)

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