Risco de pobreza reduziu-se ligeiramente no ano passado. 17,2% da população tem menos de 501 euros por mês

Segundo o INE, a taxa que mede o risco de pobreza recuou para 17,2% no ano passado, menos uma décima que no ano anterior. Apesar da descida, o risco de pobreza entre os adultos em idade ativa subiu.

A taxa de risco de pobreza recuou uma décima no ano passado, afetando 17,2% da população, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta terça-feira. O risco de pobreza desce há quatro anos consecutivos, mas a redução registada em 2018 foi a mais tímida. Em risco de pobreza estão as pessoas com um rendimento líquido abaixo de 501 euros por mês.

Os dados publicados esta manhã pelo INE foram obtidos através do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento realizado este ano, mas que incide sobre os rendimentos do ano passado.

O INE explica que a taxa de risco de pobreza correspondia, em 2018, à “proporção de habitantes com rendimentos monetários líquidos anuais por adulto inferiores a 6.014 euros (501 euros por mês). Este limiar corresponde a 60% da mediana (10.023 euros) da distribuição dos rendimentos monetários equivalentes”.

Risco de pobreza baixa até aos 18 anos e idosos, mas sobe para adultos em idade ativa

A diminuição do risco de pobreza abrangeu em particular os menores de 18 anos e a população idosa. Já a taxa de pobreza para os adultos em idade ativa foi de 16,9%, mais 0,2 pontos percentuais (p.p.) que em 2017. Este movimento em contraciclo aconteceu pela primeira vez desde que a taxa de risco de pobreza está a descer.

“Apesar da população desempregada continuar a diminuir, o aumento da linha de pobreza relativa em 2018 refletiu-se num novo aumento do risco de pobreza para a população em situação de desemprego: de 45,7% em 2017 para 47,5% em 2018. Por seu turno, em 2018, o risco de pobreza para a população reformada diminuiu, com uma taxa de 15,2%, inferior em 0,5 p.p. em relação a 2017 (15,7%)”, escreve o instituto.

O INE avança que o risco de pobreza reduziu-se, “sobretudo para as famílias sem crianças. Em 2018, o risco de pobreza reduziu-se para os agregados sem crianças dependentes (16,2%, menos 0,2 p.p. que em 2017) e aumentou para os agregados com crianças dependentes (18,3%, mais 0,2 p.p. que no ano anterior)“.

A avaliação que o INE faz por género revela que o risco de pobreza desceu entre as mulheres mas manteve-se igual ao ano anterior no caso dos homens.

Risco de pobreza em Lisboa atinge quase um quinto da população por causa do custo de vida

Por regiões, e tal como aconteceu no ano anterior, a Área Metropolitana de Lisboa é a única que tem uma taxa de risco de pobreza inferior à média nacional (13,3%, contra 17,2%). É nas regiões autónomas onde o risco de pobreza é maior, principalmente nos Açores onde o risco é de 31,8%. O que quer dizer que quase um terço da população corre aquele risco.

No entanto, esta é taxa de risco de pobreza calculada com base no limiar nacional de pobreza. Quando se calcula o risco de pobreza tendo em conta o custo de vida regional, o retrato é outro.

Assim, tendo em conta o custo de vida em cada uma das regiões, a taxa de pobreza sobe em Lisboa (dos anteriores 13,3% para 19,4%), com esta região a subir para a terceira posição no ranking a seguir aos Açores e à Madeira, com taxas de pobreza de 23,6% e 19,7%. Ou seja, quase um quinto da população na Área Metropolitana de Lisboa está em risco de pobreza quando se tem em conta o custo de vida.

Isto significa também que quando se tem em conta o custo de vida, o risco de entrar em pobreza desce no Norte, Centro, Alentejo e Algarve e fica mais baixo do que na Área Metropolitana de Lisboa.

O INE revela ainda que as transferências sociais do Estado para a população ajudaram a reduzir o risco de pobreza, que a desigualdade diminuiu no ano passado e a privação material encolheu este ano.

(Notícia atualizada)

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