Neeleman “totalmente comprometido” com crescimento da TAP
O empresário, que é acionista da TAP através do consórcio Atlantic Gateway, reconhece que a empresa está a demorar a gerar retornos financeiros.
David Neeleman garante estar totalmente comprometido com o crescimento da TAP, depois de ter sido noticiado que estaria à procura de um substituto para vender a sua participação no capital da companhia aérea. Quanto aos prejuízos da empresa, diz que é preciso tempo para que os investimentos feitos gerem resultados.
“Atualmente a TAP tem acionistas privados totalmente comprometidos com o plano de crescimento que tem vindo a ser implementado. Eu pessoalmente em conjunto com a Azul, empresa que eu controlo, acreditamos no futuro da TAP e detemos hoje direitos equivalentes a mais de 70% dos direitos económicos da TAP”, disse o empresário em comunicado.
Neeleman é acionista da TAP através do consórcio Atlantic Gateway, que controla em parceria com Humberto Pedrosa. Juntos, controlam 45% da TAP. Mas a relação com o acionista Estado tem vindo a degradar-se, somando-se à equação os sucessivos resultados negativos apresentados pela empresa.
O Jornal de Negócios noticiou esta terça-feira que as mudanças na estrutura acionista da TAP poderão acontecer já no primeiro trimestre de 2020, entre as quais a saída de David Neeleman do capital da empresa. Também o ECO já tinha avançado em setembro que o objetivo do Estado era afastar David Neeleman tendo em conta os maus resultados da companhia aérea.
O acionista reconhece que “os resultados para os acionistas não têm sido tão rápidos como gostaríamos“, mas diz que a empresa está “no caminho certo como demonstra aliás a curva dos resultados trimestre após trimestre”.
A TAP encerrou os nove primeiros meses do ano com prejuízos de 111 milhões de euros, com a companhia aérea liderada por Antonoaldo Neves a justificar esse desempenho com variações cambiais. O resultado alcançado pela TAP entre janeiro e setembro representa um desagravamento face aos 120 milhões de prejuízos acumulados até junho.
Além de apontar para o caminho de diminuição do resultado negativo, Neeleman focou-se no investimento em novos aviões e na transformação da dívida. “Uma nova frota muito mais eficiente e as novas rotas começam a produzir resultados, como demonstram as contas do terceiro trimestre de 2019 em que a TAP teve uma margem operacional acima dos seus pares europeus“, afirmou.
Lembrou que o peso da dívida caiu de 11 vezes o EBITDA em 2015 (data da privatização) para o atual rácio entre 5 e 6 vezes. Apontou ainda para a emissão de 375 milhões de euros em obrigações a cinco anos (para pagar dívida à banca), que diz que atraiu “centenas de novos investidores” institucionais do Reino Unido, França, Itália, Espanha, Alemanha e Estados Unidos, entre outros, o que considera mostrar a confiança dos investidores na empresa.
“É muito importante para Portugal que sejamos todos bem-sucedidos. A TAP precisa de foco e os seus trabalhadores de paz para continuar a implementar o que tem que ser feito, que é o melhor para TAP. Especulações e outro tipo de manobras em nada ajudam a este extraordinário projeto tão relevante para Portugal”, acrescenta o empresário.
(Notícia atualizada às 17h10)
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