Crédito Agrícola lucra mais de 100 milhões até setembro
O grupo Crédito Agrícola viu os lucros dos primeiros nove meses do ano subirem 23,3%, para 104,9 milhões de euros. Negócio do crédito cresceu acima da média do setor.
O Crédito Agrícola obteve lucros de 104,9 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, um aumento de 23,3% face ao mesmo período do ano passado. Resultados cresceram apesar da quebra no produto bancário, num período em que o crédito acelerou, permitindo ao banco registar um crescimento acima do setor.
Na base desta melhoria nos resultados do grupo está um aumento na “margem técnica do negócio segurador”, que registou uma variação homóloga positiva de 5,1 milhões de euros. Ao mesmo tempo, o banco também conseguiu mais 26,4 milhões de euros com “operações financeiras”, apesar de não especificar quais, enquanto os “outros resultados de exploração” deram mais 11,6 milhões de euros, comparativamente com o mesmo período de 2018.
Em sentido inverso, no plano do produto bancário, “a margem financeira diminuiu 13,8 milhões de euros em termos homólogos”. Trata-se de uma queda de 5,4% explicada pelo contexto de juros negativos do Banco Central Europeu (BCE), que tem pressionado o setor europeu da banca como um todo.
Já as comissões líquidas registaram também um recuo de 6,1 milhões de euros, ou 7,8% em termos homólogos. Nesta rubrica entram não só as comissões cobradas aos clientes bancários, mas também outras comissões recolhidas noutro tipo de operações.
Crédito cresce acima da média do mercado
Num comunicado, a empresa salienta também que a carteira de crédito do banco, em termos brutos, superou os 10,4 mil milhões de euros. Trata-se de um crescimento de 4,8% no período, acima da média de 1,3% registada pelo setor.
Este facto também explica os melhores resultados do Crédito Agrícola este ano. O grupo destaca “o reforço de quota de mercado de crédito” do grupo, “para os 5,6%”, uma tendência “que se verifica nos últimos sete anos consecutivos”.
No final de setembro, os clientes do Crédito Agrícola mantinham depósitos bancários junto da instituição no valor de 14,7 mil milhões de euros, “evidenciando um crescimento em termos homólogos de 10,6%”, ou mais de 1,4 mil milhões de euros. “O rácio de cobertura de liquidez no perímetro consolidado atingia os 474%”, aponta a empresa.
Em simultâneo, o Crédito Agrícola reduziu o malparado em 1,9 pontos percentuais face a setembro de 2018. Assim, o rácio bruto de non-performing loans (NPL) reduziu-se para 9,2%. Comparativamente com dezembro, a queda foi de 1,2 pontos percentuais.
“As imparidades de crédito acumuladas a setembro de 2019, de 452 milhões de euros, conferiam um nível de cobertura de NPL por imparidades de 44,7%”, explica ainda o Crédito Agrícola, na mesma nota divulgada esta sexta-feira.
Melhoria foi transversal, mas imobiliário pesa
O grupo destaca que “a evolução positiva nas variáveis-chave de atividade bancária esteve associada a uma dinâmica muito positiva do Crédito Agrícola na globalidade das áreas de negócio”.
Mais: a rentabilidade alcançada até setembro de 2019, 8,4%, “espelha os resultados positivos conseguidos na globalidade das áreas de negócio”. Concretamente, a empresa registou “contributos positivos do negócio segurador, de 6,7 milhões de euros da CA Vida e de 3,5 milhões de euros da CA Seguros”.
Contudo, em sentido inverso, o imobiliário continuou a penalizar as contas do banco. “Nos primeiros nove meses de 2019, os resultados registados nos veículos de desinvestimento imobiliário (nomeadamente via desvalorização de unidades de participação dos fundos de investimento imobiliário) penalizaram os resultados consolidados em 8,9 milhões de euros”, assumiu o Crédito Agrícola. Mas ressalva que este valor é “inferior aos 10,1 milhões de euros” do período homólogo.
(Notícia atualizada às 12h02 com mais informações)
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