Altice e Nos sobem preços em 2020. Aumento mínimo é de 50 cêntimos na Meo

As mensalidades dos pacotes da Meo vão aumentar em janeiro de 2020 ao nível da inflação. Mas a subida mínima é de 50 cêntimos, em alguns casos, acima da inflação prevista pela própria empresa.

As mensalidades da Meo vão ficar mais caras a partir de janeiro de 2020. A Altice Portugal vai voltar a atualizar os preços ao nível da inflação, mas desta vez com um referencial mínimo de 50 cêntimos, já com o IVA incluído. Ou seja, para alguns clientes, os preços poderão subir mais do que a inflação, uma vez que a empresa está a assumir uma taxa de 1% para 2020.

“A Meo procederá a uma atualização de preços em tarifários/pacotes de mensalidade, com efeitos a 1 de janeiro de 2020, de acordo com o previsto contratualmente, sendo a atualização calculada com base no Índice de Preços do Consumidor, conforme publicado em cada ano pelo INE“, afirmou ao ECO fonte oficial da operadora. No entanto, a mesma fonte indicou que o aumento terá “o valor mínimo de 50 cêntimos, com IVA incluído”.

Tendo como base de cálculo uma taxa de inflação de 1% em 2020, que foi o valor admitido ao ECO por fonte oficial da empresa, significa que uma fatura de triple play que custava 33,49 euros, por exemplo, até este mês vai passar a custar 33,99 euros já em janeiro, um aumento de 50 cêntimos. Ora, se a atualização fosse apenas feita com base na taxa de inflação prevista para o próximo ano, a fatura deveria aumentar apenas cerca de 33,78 cêntimos, para um valor final de 33,83 euros, já com o IVA.

A empresa garante que “os clientes abrangidos pela atualização de preços e condições estão a ser, ou já foram, devida e atempadamente informados, em cumprimento de todos os preceitos contratuais e legais”.

Nos também atualiza preços. Vodafone e Nowo prometem não mexer

Tal como a Meo, a Nos também admite que vai atualizar os preços ao nível da inflação, assumindo uma taxa de 1% para 2020.

Apesar de a empresa liderada por Miguel Almeida não ter respondido à pergunta do ECO, o Jornal de Negócios (acesso pago) avançou esta terça-feira, citando fonte oficial da operadora, que “os preços de alguns serviços serão atualizados, conforme previsto nas condições de serviço, em 1%, que corresponde à última taxa de inflação nacional anual publicada pelo INE”.

No caso da Vodafone Portugal, a empresa prometeu ao ECO que os preços se vão manter. “Não estão previstas alterações. À semelhança do que aconteceu no ano passado, não estão previstos aumentos generalizados de preços”, disse fonte oficial da empresa.

A Nowo também garantiu que não vai levar a cabo qualquer aumento: “A Nowo não irá ter price increase [aumento de preços] para o próximo ano”, afirmou ao ECO fonte oficial da operadora.

As atualizações de preços pelas operadoras são feitas, habitualmente, no início de cada ano, sendo que, em 2017, as operadoras decidiram não as fazer, depois de terem feito duas em 2016, por causa das compras milionárias dos direitos do futebol. A última atualização tinha sido feita em janeiro de 2019.

Subida em plena guerra de números

Este aumento dos preços surge em plena “guerra de números” entre o setor e os reguladores. Em novembro, a Apritel, a associação que representa as empresas de telecomunicações, publicou um estudo que conclui que os preços das comunicações em Portugal são até 34% mais baixos do que a média de dez Estados-membros da União Europeia (UE) com ofertas semelhantes. O estudo foi realizado pela Deloitte.

No entanto, estas conclusões seguiram a contraciclo com o que tem sido divulgado pelo Eurostat. Em junho, o organismo europeu indicou que os preços das comunicações no país são 19,7% maiores do que a média da UE. O setor justificou a discrepância com o cabaz de produtor que é usado pelo Eurostat e que, dizem as operadoras, não corresponde aos serviços que são efetivamente contratualizados pelos portugueses.

Já esta segunda-feira, a Autoridade da Concorrência (AdC) reiterou que as telecomunicações em Portugal são 20% mais caras do que na média da UE e os da internet 31% mais caros. A entidade reguladora foi ainda mais longe e criticou as fidelizações exigidas pelas operadoras.

“A atual política de fidelização reduz a fração de consumidores disponíveis para mudar de operador, reduzindo o efeito disciplinador sobre os preços de mercado, inovação e qualidade de serviço e, em resultado, os incentivos à concorrência, o que deixa os consumidores mais vulneráveis ao exercício de poder de mercado”, disse fonte da AdC.

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