Principais bancos europeus já cobram comissões nos depósitos dos grandes clientes
Agência Fitch adianta que os principais bancos europeus vão enfrentar maior pressão sobre as receitas no próximo ano devido ao arrefecimento da economia e aos juros baixos do BCE.
A Fitch considera que os principais bancos europeus vão enfrentar em 2020 maiores pressões sobre as receitas devido às fracas perspetivas sobre o crescimento da economia e o prolongamento das baixas taxas de juros.
Em informação divulgada esta terça-feira, a Fitch considera que a perspetiva negativa sobre os bancos da Europa ocidental em 2020 se deve ao facto de ser esperado enfraquecimento das receitas e da rentabilidade. Neste cenário de dificuldades de gerar negócio, os bancos continuem os esforços para aumentar a eficiência operacional, adianta a agência.
A Fitch considera ainda que, em 2020, os bancos europeus terão o desafio de gerir o custo do excesso de liquidez, pelo que estão a passar o excesso de liquidez para empréstimos ou investimentos em títulos.
Ao mesmo tempo, a maioria dos grandes bancos europeus já está a cobrar pelos depósitos de clientes institucionais e grandes empresas, seja através da aplicação de taxas de juros negativos ou de comissões específicas, uma tendência que já é prática também em Portugal. A Fitch nota, porém, que os bancos terão mais dificuldades em cobrar a particulares, “devido aos elevados riscos reputacionais e às limitações legais”, razão pela qual “a contínua pressão nas receitas vai obrigar os bancos a tomar decisões difíceis”.
A agência de rating indica ainda que para gerir a falta de lucros operacionais os bancos terão de fazer alterações aos seus modelos de negócios para serem mais competitivos e, logo, mais lucrativos.
Na semana passada, a Fitch avaliou o sistema bancário português, considerando que haverá uma nova fase de consolidação na banca a longo prazo, face à pressão sobre as receitas dos bancos e à necessidade de criar instituições mais resilientes.
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