Fiat Chrysler e PSA Peugeot fundem-se. Estes são os grandes números do novo gigante automóvel
Já estão entre as maiores produtoras de automóveis do mundo e preparam-se agora para ganhar poder com a atividade conjunta. São 17 marcas de carros e centenas de milhões de euros em vendas.
A Fiat Chrysler e PSA Peugeot fecharam uma fusão que vai criar um mega grupo automóvel europeu. O português Carlos Tavares (atual CEO da PSA) foi nomeado CEO da nova empresa, que ainda não tem nome, enquanto o cargo de chairman foi atribuído ao presidente da Fiat Chrysler, John Elkann.
Os conselhos de administração assinaram um acordo vinculativo para fundir os dois fabricantes de automóveis, com participações de 50% de cada uma das companhias. As duas empresas consideram que fusão vai posicionar a nova empresa para “aproveitar com sucesso as oportunidades apresentadas na nova era da mobilidade sustentável”.
Estes são os grandes números do novo gigante:
4º maior
O objetivo é combinar as capacidades das empresas para “abordar o desafio de moldar a nova era de mobilidade sustentável”. A empresa resultante da fusão tornar-se-á no 4º maior construtor mundial de automóveis em termos de volume e no 3º maior em termos de volume de negócios.
Separadas, as duas empresas já estão no topo das maiores produtoras na Europa (apenas atrás da Volkswagen e da Reunault). Agora, ganham peso no contexto mundial, onde estão no fim no top dez das maiores. A nova empresa tem como principais mercados a Europa, América do Norte e América Latina, mas quer redefinir a estratégia noutras regiões.
17 marcas
As vendas anuais conjuntas ascendem a 8,7 milhões de carros, de 17 marcas diferentes. Do lado da Fiat vêm a Abarth, a Alfa Romeo, a Fiat, a Lancia, a Maserati, a Iveco, a Autobianchi, a Ferrari, a Chrysler, a Dodge, a Jeep e a RAM. Já do lado da PSA, juntam-se a Peugeot, a Citröen, a DS Automobiles, a Opel e a Vauxhall, além da marca de mobilidade partilhada.
Marcas da PSA
Marcas da Fiat Chrysler
“A entidade conjunta terá uma presença global equilibrada e rentável, assente num portefólio de marcas icónico e altamente complementar, cobrindo todos os principais segmentos de mercado, desde veículos de luxo, premium e automóveis de passageiros mainstream, passando por SUV, pesados e veículos comerciais ligeiros”, refere o comunicado conjunto das duas empresas.
170 mil milhões em vendas
O objetivo é combinar a maior presença da Fiat na América do Norte e na América Latina com a posição do Groupe PSA na Europa. O volume de negócios combinado ascende a 170 mil milhões de euros, com 46% das receitas oriundas da Europa e 43% da América do Norte, tendo em conta os números agregados de 2018 de cada empresa. “Esta combinação permitirá remodelar a estratégia noutras regiões”, referem.
3.700 milhões de poupança
A estimativa é que a fusão permita uma poupança de cerca de 3.700 milhões de euros em sinergias anuais, sendo que não está previsto o encerramento de fábricas em resultado da transação. Cerca de 40% destas poupanças são tecnológicas e relacionadas com produtos e plataformas. Outras áreas, incluindo marketing, IT e digital, despesas gerais e administrativas e logística, serão responsáveis por cerca de 20%. Quanto ao número de funcionários, não especifica se irá ou não manter os atuais 410 mil trabalhadores (em conjunto).
“A entidade conjunta irá alavancar a eficiência de investimento numa escala mais ampla, para desenvolver soluções inovadoras de mobilidade e tecnologias de vanguarda no domínio das cadeias de tração eletrificadas, condução autónoma e conectividade digital”, antecipa.
11 administradores
A nova empresa vai contar com uma estrutura de governação, com um Conselho de Administração composto por 11 membros, a maioria dos quais independentes. Cinco desses membros serão nomeados pelo grupo FCA e o seu acionista de referência (incluindo John Elkann como presidente) e outros cinco serão nomeados pelo grupo PSA e os seus acionistas de referência (incluindo o vice-presidente e o diretor principal não-executivo). Carlos Tavares será o CEO da empresa por um mandato inicial de cinco anos e fecha o leque de membros do Conselho de Administração.
3 índices acionistas
A nova empresa-mãe terá sede na Holanda e será cotada em três bolsas diferentes: na Euronext Paris, na Borsa Italiana de Milão e na New York Stock Exchange. Atualmente, a Fiat Chrysler está cotada em Itália e Wall Street com uma capitalização de mercado de 21 mil milhões de euros. Já a PSA, avaliada em 20 mil milhões de euros, está cotada em Nova Iorque, Paris e Londres.
É proposto nos estatutos da nova sociedade nascida desta combinação que nenhum acionista tenha a capacidade para exercer mais de 30% do total de votos expressos na Assembleia Geral de Acionistas. Prevê-se, ainda, que não se transfiram os direitos de voto duplo, dos atualmente existentes, mas que os novos direitos de votos duplos sejam adquiridos após um período de detenção de três anos após a fusão.
7.700 milhões em dividendos
Antes da conclusão da operação, a Fiat vai distribuir aos acionistas um dividendo extraordinário de 5.500 milhões de euros, enquanto o PSA vai distribuir a participação de 46% na Faurecia. Está ainda prevista a separação imediata da participação da Fiat na Comau, logo após a fusão.
Além disso, “cada companhia irá distribuir em 2020 um dividendo ordinário no valor de 1.100 milhões de euros, referente ao ano fiscal de 2019, sujeito à aprovação do Conselho de Administração de cada empresa e seus acionistas”, anunciaram ainda as empresas. Completada a fusão, os acionistas da PSA vão receber 1.742 ações da nova empresa combinada por cada ação da PSA, e os acionistas da Fiat terão uma ação da nova empresa combinada por cada ação da FCA.
12 a 15 meses
As duas empresas esperam que a combinação proposta fique fechada num período entre 12 a 15 meses, estando sujeita às condições de implementação, incluindo a aprovação por parte dos acionistas de ambas as empresas, nas respetivas reuniões gerais extraordinárias e o cumprimento das normas regulatórias e legislativas.
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