Proposta de OE “desvaloriza e desrespeita trabalhadores da Administração Pública”, diz Arménio Carlos
Para o secretário-geral da CGTP, a proposta do Orçamento do Estado para o próximo ano deveria contemplar um maior aumento dos salários e das reformas.
O secretário-geral da CGTP criticou a proposta de Orçamento do Estado para 2020 apresentada pelo Governo porque “desvaloriza e desrespeita os trabalhadores da Administração Pública, não respeita reformados e secundariza papel da situação difícil em que os desempregados vivem”.
“Num momento em que se fala de excedente orçamental é tempo de os salários aumentarem de forma significativa, não pela via dos 0,3% que inexplicavelmente foram apresentados à Administração Pública“, apontou Arménio Carlos, em declarações à saída do encontro com o Presidente da República, transmitidas pelas televisões.
O secretário-geral da CGTP reiterou também que é “necessário um aumento significativo das reformas” e que a fórmula de cálculo seja alterada “para que pensionistas não fiquem reféns da evolução da situação económica”. Arménio Carlos sinalizou ainda a importância da proteção dos desempregados, já que “muitos deles não têm qualquer apoio do Estado”.
Quanto ao acordo sobre a competitividade e rendimentos, o sindicalista indicou que “não pode haver um acordo sério a construir na concertação social enquanto a contratação coletiva continuar bloqueada”. Estas visões foram transmitidas a Marcelo Rebelo de Sousa, que reúne nesta quinta-feira com os parceiros sociais no Palácio de Belém.
“Carga fiscal continua a ser muitíssimo elevada”, aponta UGT
Também esta quinta-feira, a presidente da UGT manifestou a sua “grande preocupação” quanto à proposta de Orçamento do Estado para 2020 apresentada pelo Executivo, criticando a elevada carga fiscal que, na sua visão, fará diminuir o poder de compra dos portugueses. Ainda assim, a central sindical demonstra “disponibilidade total” para acordo, mas com condições.
“Estamos muito preocupados porque entendemos que a carga fiscal continua a ser muitíssimo elevada, o que vai contribuir para que o salário disponível dos trabalhadores, reformados e pensionistas seja, com certeza, muito menor, e com que o poder de compra diminua, até atendendo à política de inflação que está prevista para o próximo ano“, disse Lucinda Dâmaso, em declarações à saída do encontro com o Presidente da República, transmitidas pela SIC Notícias.
Relativamente aos aumentos da Função Pública, a UGT não considera aceitável a proposta de 0,3% apresentada pelo Executivo, lembrando que os trabalhadores tiveram os seus salários congelados desde 2009. “Só agora se está a recuperar o vencimento nominal mas, em termos de salário real, aquilo que um trabalhador da Administração Pública recebe é bem menos do que aquilo que recebia em 2009″, assinala Lucinda Dâmaso.
Não obstante, a UGT diz ter “disponibilidade total” para um acordo em concertação social desde que traga benefícios para os trabalhadores. “Como sempre, a UGT está disponível para um acordo em concertação social, mas um acordo tem de ter as partes: entidade patronal, Governo e a UGT, e com ganhos de causa de cada uma das partes”, disse a presidente, acrescentando que “até agora ainda não foi possível que a UGT obtivesse ganhos de causa”.
(Notícia atualizada às 14h59 com mais informação)
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