Fundo Cerberus paga 125 milhões pelos imóveis da Fidelidade. Dá 80 milhões pela sede do Calhariz

O portefólio de cinco imóveis que a Fidelidade colocou à venda no final de 2019 foi alienado a um fundo norte-americano por quase 125 milhões de euros. Incluída está a sede da seguradora no Calhariz.

Cerca de quatro meses depois de ter começado a procurar comprador para um “pacote” de cinco imóveis em Lisboa e no Porto, no qual se inclui a sede do Chiado, a Fidelidade está prestes a fechar negócio, tendo assinado o contrato-promessa compra e venda. Os imóveis foram vendidos à Cerberus por cerca de 125 milhões de euros, sabe o ECO.

Foi em setembro que a Fidelidade colocou à venda um portefólio de cinco imóveis nas duas principais cidades do país, tal como o ECO noticiou. A expectativa da seguradora controlada pela Fosun era de que fosse possível concluir a operação até ao final do ano, sendo que apenas concretizaria a operação por um valor que valesse realmente a pena.

O portefólio já está vendido ao fundo norte-americano por quase 125 milhões de euros. Do “pacote”, denominado ARYA, faziam parte o Terminal K, em Santa Apolónia (6.630 metros quadrados e potencial uso hoteleiro), o edifício Marechal Saldanha (2.334 metros quadrados), o edifício Malhoa 13 (com 5.924 metros quadrados, na Praça de Espanha) e a Galeria de Paris, no Porto, (com 12.882 metros quadrados).

Sede da Fidelidade no Calhariz, Chiado.

Mas o ativo mais valioso deste portefólio era realmente a sede da própria seguradora, no número 30 do Largo do Calhariz, no Chiado, com 19.835 metros quadrados acima do solo, que, sozinha, permitiu à Fidelidade arrecadar quase 80 dos 125 milhões de euros.

O imóvel cor-de-rosa tem potencial uso turístico, para escritórios, residencial e até retalho. Além da própria Fidelidade, tem ainda a Caixa Geral de Depósitos como inquilino. Esta operação aconteceu em regime de sale&leaseback, ou seja, a seguradora vai continuar no imóvel como arrendatária, tal como o banco público.

O contrato de promessa compra e venda do portefólio de edifícios, que inclui a sede da Fidelidade — desde que comprou os terrenos da antiga Feira Popular, a seguradora pretende juntar todos os serviços num único edifício, podendo agora fazê-lo –, já foi assinado. A operação deverá ficar concluída em breve, revelam fontes próximas da operação ao ECO.

Em ambos os casos, os valores de venda ficaram acima das expectativas, tanto da companhia de seguros controlada por capitais chineses como da consultora imobiliária que participou na operação do lado da Fidelidade, a CBRE.

Cerberus faz nova investida

A Cerberus não é estranha ao mercado imobiliário português. Há muito que o fundo norte-americano vem investindo em ativos em Portugal, juntando agora mais cinco edifício à sua carteira, um deles considerado um imóvel premium.

O fundo tem estado bastante ativo, principalmente na compra de ativos que estavam nas mãos de instituições financeiras. No final de 2018 comprou o BES Vénétie ao Novo Banco, em fevereiro do ano passado comprou uma carteira de imóveis no valor de 600 milhões ao Santander Totta, em julho foi a vez de outra carteira de 200 ativos imobiliários ao Novo Banco.

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