Catástrofes penalizam desempenho financeiro da Lloyd´s
O incremento de perdas por elevados custos para cobrir danos de desastres naturais determinou dois anos consecutivos de resultados negativos para a Lloyd´s of London.
O mercado Lloyd´s, plataforma da city que agrupa cerca de uma centena de sindicatos de seguro e resseguro e várias dezenas de agentes e corretores, registou um volume de prémios relativamente estável entre 2013 e 2018 (31,1 mil milhões de dólares, na média do período). Porém, por causa da recorrência de catástrofes naturais em vários pontos do planeta, alguns indicadores da gestão de negócio deterioraram-se, em particular nos balanços de 2017 e 2018.
Comparativamente a 2013, ano em que o resultado líquido da entidade se situou em 5,3 mil milhões de dólares, os exercícios de 2017 e 2018 fecharam com perdas equivalentes a 2,7 mil milhões e 1,3 mil milhões de dólares.
O peso crescente dos custos relacionados com catástrofes naturais, de maior incidência e dimensão em 2017, colocou a eficiência de gestão da Lloyd´s em situação negativa. As despesas com indemnizações somaram 4,6 mil milhões de libras em 2017 e 2,9 mil milhões de libras esterlinas em 2018.
O rácio combinado (indicador de rentabilidade técnica típico do setor) superou o limiar dos 100%, agravando-se até 114%, em 2017, e a aliviar para os 104,5% no ano seguinte, contra 97,9% em 2016 e 90% no ano precedente. Sempre que este rácio técnico for superior a 100, significa que o prémio cobrado é insuficiente para cobrir os pagamentos ou indemnizações devidas ao segurado e as despesas diretas de funcionamento da companhia.
Em outros indicadores, embora os valores médios dos cinco anos considerados tenham sido positivos, – e mesmo melhores do que os dos quatro maiores grupos seguradores da UE -, a rendibilidade dos capitais próprios (RoE, ou ‘return-on-equity’) caiu para -7,3% e -3,7% no mercado londrino, em 2017 e 2018, respetivamente. Em 2013, a Lloyd´s exibia um retorno acima de 16%.
Apesar das perdas contabilizadas naqueles dois exercícios, as contas reportadas mostram que a Lloyd´s mantém uma posição financeira forte, com recursos líquidos (de capital) a crescerem 2%, em 2018 face a 2017, para os 28,2 mil milhões de libras esterlinas.
Em Portugal, os managing agents da Lloyd’s têm licença para subscrever seguros do ramo não-Vida, seguros e resseguros diretos através da Lloyd’s Brussels (delegação que foi estabelecida em 2016 com vista a assegurar a continuidade da atividade na UE no contexto do ‘Brexit’), oferecendo soluções à medida em diferentes linhas de seguros e resseguro.
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