“Da Troika à Geringonça”, Luís Reis confessa “desalento pelo rumo do país”
Livro que retrata a realidade económica e política portuguesa, de 2011 a 2019, procura "apresentar sugestões, ideias, factos e alternativas para aquilo que se tem feito do ponto de vista político".
“Um país não se constrói apenas com um discurso”. E, na perspetiva de Luís Reis, autor do livro “Da Troika à Geringonça”, atualmente “vivemos num país influenciado predominantemente por um discurso politicamente correto que está ligado à esquerda”. O “discurso deve ser alternativo”, diz o atual mandatário da candidatura de Montenegro à liderança do PSD, defendendo, nesse sentido, uma “oposição forte” que faça o seu papel de escrutínio.
Perante uma sala praticamente cheia, no Teatro Sá da Bandeira, no Porto, Luís Reis confessou ter “algum desalento com o rumo, do ponto de vista económico, que o país tem seguido”. Com o “Da Troika à Geringonça”, livro que conjuga a observação da realidade económica e política portuguesa, de 2011 a 2019, à luz de um pensamento político e económico liberal, o autor procura “apresentar sugestões, ideias, factos e alternativas para aquilo que se tem feito do ponto de vista político”.
Estas crónicas que confrontam os Governos de Pedro Passos Coelho e de António Costa, são compostas por “referências aos grandes ativismos na nossa economia, referências concretas a rankings internacionais que nos posicionam e que mostram que áreas devemos atacar para fazer a nossa economia evoluir e crescer mais depressa, assim como propostas concretas no domínio dos impostos, no domino da estabilidade fiscal (…) são apresentadas ideias concretas para o país“, explica ao ECO à margem da sessão.
"[Luís Reis confessa] algum desalento com o rumo, do ponto de vista económico, que o país tem seguido.”
Foi o “gosto pelo debate e conflitos de ideias” que levaram o autor a produzir esta obra. Mas também “o desalento e desilusão na fase da Troika perante aquilo que foi feito no Governo de Passos Coelho”, seguido do “desalento perante o enorme retrocesso nos últimos quatro anos” e o “desconforto e inconformismo perante o discurso publicamente incorreto da esquerda” política.
Luís Reis é atualmente CEO da Sonae Financial Services, CEO da Sonaegest, CEO da Sonae Fashion e vice-presidente da MDS (Seguros), e ainda presidente do conselho geral e de supervisão da Porto Business School. Assume-se “como um liberal do século XX” pois considera que “hoje o liberalismo está mais no território da social-democracia”.
Para Luís Reis “ser político é um ato de coragem, nobreza e de serviço à causa pública que merece ser reconhecido, elogiado e apreciado”. E foi o ex-primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro, quem mais inspirou Luís Reis na conceção deste livro. “Francisco Sá Carneiro é, para mim, o primeiro grande liberal em Portugal que conseguiu ser um liberal moderno, seja na igualdade na oportunidades, na importância do estado e de uma regulação forte”, refere.
O autor do livro “Da Troika à Geringonça” — atual mandatário nacional da candidatura de Luís Montenegro à liderança do PSD — considera que “o liberalismo na social-democracia é um liberalismo em que o capitalismo, a livre economia do mercado, é regulada por um Estado que intervém quando tem que intervir, mas não intervém demasiado para não coartar a liberdade individual”.
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