Vem aí a diáspora de superstars portugueses
Na quinta-feira, o Conselho da Diáspora Portuguesa reúne-se para mais uma edição. Este ano, os temas em destaque são a inteligência artificial e a diplomacia cultural.
No dia 22 de dezembro, logo pela manhã, Cascais vai receber um grupo de notáveis que representam o que de melhor se faz lá fora com cunho português. É o Conselho da Diáspora Portuguesa, organização criada no final de 2012, que está de volta para a quarta edição. O que esperar deste ano? O mesmo de sempre, antecipa ao ECO Filipe de Botton, presidente do Conselho da Diáspora: a promoção de algumas das maiores importantes iniciativas dos portugueses pelo mundo e o estabelecimento de contacto com estes embaixadores de Portugal.
A primeira edição do Conselho da Diáspora surgiu numa altura em que a situação económica do país era a maior preocupação de políticos e de empresários e, por isso mesmo, o foco do primeiro encontro começou por ser o primeiro pilar desta organização: economia e finanças. Por essa altura, os conselheiros concentraram-se em encontrar alternativas de financiamento para as empresas portuguesas. Ao mesmo tempo, promoveram-se iniciativas que, hoje, já começam a dar frutos.
Como “resultados concretos“, Filipe de Botton aponta, por exemplo, as alterações ao regulamento fiscal português, que permitiram que as empresas e o Estado português possam financiar-se junto de investidores islâmicos — o que implica estar ao abrigo da lei islâmica, que impede, por exemplo, que os juros sejam assumidos pelo financiador. “O Conselho da Diáspora propôs alterações no enquadramento legislativo português, que estão em vais de ser concluídas”, refere o empresário.
"A prevenção oncológica vai permitir poupar mais de 1,2 mil milhões de euros por ano ao erário público. Nós contribuímos para isso.”
Outro tema a que tem sido dado destaque é o da prevenção oncológica em Portugal. Com a ajuda de Ron Pinho, um dos conselheiros, que é CEO da MD Anderson (o maior centro oncológico do mundo), foi possível trazer a Portugal vários especialistas do setor oncológico, desde representantes de universidades a hospitais e laboratórios, que ajudaram a desenhar um programa de prevenção oncológica. “Este programa vai permitir poupar mais de 1,2 mil de euros por ano ao erário público português. Nós contribuímos para isso, são medidas concretas”, sublinha Filipe de Botton.
O contexto económico mudou, Portugal saiu do programa de ajustamento e, hoje — e porque “um país não é só economia” –, há espaço para que o Conselho da Diáspora possa discutir os outros três pilares que a sustentam: artes, ciências e cidadania.
"Um país é, também, as suas artes, os seus artistas, a sua música.”
Na quinta-feira, a maioria dos 90 conselheiros, onde se encontram nomes como António Horta Osório, presidente do Lloyds Banking Group, Durão Barroso, Manuela Azevedo, investigadora da Carnegie Mellon University especialista em robótica, ou a jornalista premiada Mariana Van Zeller, estará na Cidadela de Cascais para debater dois grandes temas: “gerir na era digital” e “diplomacia cultural“. No primeiro, vai discutir-se, sobretudo, a inteligência artificial, a questão ética e os limites desta área.
No segundo, o foco será a promoção do país pela cultura. O Conselho da Diáspora vai, aliás, lançar no próximo ano um programa em que cada um dos 90 conselheiros, na sua cidade, promove um acontecimento em Portugal, ao longo dos próximos dois anos. “Este programa, feito em articulação com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, permite entender que promover um país é promover a sua cultura. Um país é, também, as suas artes, os seus artistas, a a sua música”, conclui Filipe de Botton.
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