Depois do EuroBic e Efacec, venda da Nos e Galp são “inevitáveis”
Luís Marques Mendes diz que os Luanda Leaks tiveram um impacto maior do que o antecipado. Houve uma "catadupa" de demissões, mas também o "princípio do fim do império de Isabel dos Santos".
Os Luanda Leaks levaram a uma “catadupa de demissões”. Houve renúncias tanto nas empresas que Isabel dos Santos controla, ou tem participações, mas também nas consultoras, auditores e até em escritórios de advogados. Ao mesmo tempo, levou a empresária angolana, suspeita de fazer transferências para uma offshore no Dubai que é sua, a anunciar rapidamente a venda do EuroBic e da Efacec. Marques Mendes alerta que os processos de alienação vão demorar. E antecipa o mesmo fim às posições na Nos e Galp.
No habitual espaço de comentário na SIC, Mendes salientou que as revelações feitas pelo consórcio internacional de jornalistas, do qual fazem parte a SIC e o Expresso, são o “princípio do fim do império de Isabel dos Santos”. Na sua opinião, a filha do ex-presidente de Angola “vai ser erradicada [do país]. Vai desaparecer de lá. A sua vida vai ser fora”. Não é Angola, nem Portugal ou a União Europeia. Futuro “vai passar por Dubai, Singapura ou Rússia”.
Por isso mesmo, e também porque “vai ter de negociar a entrega de bens e ativos com Angola”, Isabel dos Santos foi rápida na decisão de desfazer-se dos ativos que detém. Em Portugal, primeiro anunciou o arranque do processo de venda do EuroBic e, depois, anunciou o mesmo relativamente à Efacec.
“Não haja ilusões! As vendas não vão ser nem rápidas nem fáceis. Isabel dos Santos não vai querer vender ao desbarato”, diz o comentador, antecipando um processo moroso.
“Para além destas decisões mais arriscadas, a prazo é inevitável que saia da Nos e a da Galp. E isso vai ser inevitável por razões de reputação e de justiça, e porque a sua vida vai passar por fora da Europa”, nota.
Teixeira dos Santos salvou o banco
Relativamente ao EuroBic, Marques Mendes defende o seu presidente executivo, Teixeira dos Santos. “Acho que esteve bem. Percebeu que havia um problema” perante as informações reveladas sobre a sua principal acionista, anunciando que deixaria de ter uma relação comercial com a empresária. “O banco poderia ficar encurralado. Isolaram o banco da sua acionista. Salvaram o banco“, diz.
Já sobre a transferência de dinheiro da conta da Sonangol no banco e a transferência feita para o Dubai, Marques Mendes critica a atuação. “Outro ponto mais complicado, que é o que aconteceu há dois anos. Aí a explicação é de que a operação era legítima, estava bem escrutinada. Mas as circunstâncias, mandava a prudência que comunicasse a operação” à Unidade de Informação Financeira – UIF, da Polícia Judiciária, remata.
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