Cofina já tem garantido 70% do aumento de capital para financiar compra da TVI

Os acionistas da Cofina aprovaram um aumento de capital que vai financiar parcialmente a compra da Media Capital à Prisa. Equipa de gestão garante 60 dos 85 milhões de euros previstos.

Depois dos espanhóis da Prisa, também a Cofina deu mais um passo decisivo no negócio que envolve a aquisição da Media Capital, a empresa que controla a TVI e a rádio Comercial.

Esta quarta-feira, os acionistas deliberaram a favor da operação, que será financiada, desde logo, por um aumento de capital de 85 milhões de euros, cuja subscrição está mais de 70% garantida por sociedades ligadas à equipa de gestão de Paulo Fernandes.

Num primeiro comunicado, pouco depois do fecho dos mercados de capitais europeus, a Cofina informou que “foi deliberado” pelos acionistas ” proceder a um “aumento do capital social da sociedade, por uma ou mais vezes, por entradas em dinheiro, num montante global máximo 85.000.000,05 euros”. Esta decisão já era prevista.

Os acionistas aprovaram também uma série de alterações nos estatutos da sociedade, com vista à realização do mesmo aumento de capital. A aprovação dos dois pontos da ordem de trabalhos foi comunicada à CMVM.

Já depois deste primeiro comunicado, a Cofina emitiu uma segunda nota, depois das 22h00, na qual confirmou que vai mesmo avançar com o aumento de capital no montante máximo deliberado pelos acionistas, tencionando emitir 188.888.889 novas ações, através de uma Oferta Pública de Subscrição. Esta operação é “reservada a acionistas no exercício do direito de preferência e demais investidores que adquiram direitos de subscrição”.

“O preço de subscrição foi fixado em 45 cêntimos”, segundo a Cofina. Isto depois de as ações do grupo terem encerrado o dia de negociações esta quinta-feira a valerem 48,3 cêntimos em bolsa. Segundo a Cofina, após o aumento de capital, existirão 291.454.725 ações ordinárias, com um capital social de 110.641.459,05 euros.

“O preço de subscrição representa um desconto de aproximadamente 2,52% face ao preço teórico ajustado exrights (theoretical ex-rights price) calculado com base na cotação de fecho das ações da Cofina no Euronext Lisbon em 29 de janeiro de 2020″, justifica a empresa, na mesma nota. “A Cofina pretende dar início a esta Oferta no mais breve prazo possível, após aprovação do respetivo prospeto pela CMVM e a publicação deste e do aviso para o exercício de direitos de subscrição, nos termos legais”, refere.

Equipa de Paulo Fernandes investe 60 milhões na operação

Ora, o aumento de capital de 85 milhões de euros, nos planos da Cofina, já está garantido em pelo menos 70%, informa a Cofina na mesma nota.

“No contexto da oferta, os acionistas da Promendo Investimentos, Caderno Azul, Actium Capital, Livrefluxo, Valor Autêntico e a sociedade Pluris Investments apresentaram compromissos ou intenções de subscrição de novas ações no montante global de aproximadamente 60 milhões de euros”, lê-se no comunicado remetido à CMVM.

A Promendo Investimentos, a Caderno Azul, a Actium Capital e a Livrefluxo correspondem a sociedades detidas, respetivamente, por Ana Menéres de Mendonça, João Borges de Oliveira, Paulo Fernandes e Domingos José Vieira de Matos. Ou seja, estas quatro sociedades representam a equipa de gestão de Paulo Fernandes e o próprio. A Valor Autêntico é gerida por Pedro Miguel Matos Borges de Oliveira. Não foi imediatamente possível apurar a titularidade da Pluris Investments.

A Cofina confirma que este aumento de capital em cash servirá para financiar a compra da Media Capital. Sabe-se que, no mesmo, poderão participar também o empresário Mário Ferreira e os espanhóis do Abanca. O investimento na compra da TVI terá ainda financiamento garantido do Santander e da Société Générale.

De recordar que, inicialmente, Paulo Fernandes, fundador da Cofina, tinha negociado a compra da Media Capital — e recebido “luz verde” dos reguladores — a um enterprise value de 255 milhões de euros. Mas o deteriorar das audiências e resultados da TVI levou a um desconto de 50 milhões no preço do ativo.

Como noticiou o ECO, a concorrente SIC sagrou-se líder de audiências em 2019 com um share médio de 19,2%. Por sua vez, a TVI obteve uma quota de 15,6%.

(Notícia atualizada às 22h49 com mais informação sobre o aumento de capital da Cofina)

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