CMVM aperta cerco às auditoras. Vai escrutinar os 25 maiores negócios
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários aprovou o novo Guia de Aplicação de Indicadores de Qualidade da Auditoria, que pede às seis maiores organizações a reportarem dados sobre o negócio.
As maiores auditoras a operar em Portugal vão ter uma supervisão mais apertada. A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) publicou esta segunda-feira o Guia de Aplicação de Indicadores de Qualidade da Auditoria, que pede às seis maiores organizações a enviarem ao supervisor dados sobre os 25 maiores negócios que têm.
O modelo para avaliar as auditorias já estava a ser planeado desde o ano passado. No entanto, chega numa altura em que o supervisor liderado por Gabriela Figueiredo Dias está a investigar as auditoras envolvidas no caso Luanda Leaks.
“Trata-se de um documento orientador quanto a boas práticas a adotar pelos auditores de Entidades de Interesse Público (EIP), contribuindo para a promoção da qualidade da auditoria e conferindo maior transparência e objetividade ao respetivo mercado. O guia constitui ainda uma ferramenta de apoio a todos os intervenientes no processo de auditoria, designadamente os órgãos de fiscalização”, refere a CMVM, em comunicado.
O modelo de indicadores de qualidade de auditoria (AQI) português prevê oito indicadores e 15 métricas relativas a aspetos do processo de auditoria financeira considerados particularmente relevantes para promover a qualidade da auditoria, cobrindo dimensões quantitativas de atividade, mas também aspetos qualitativos quanto à forma como é exercida a profissão.
No primeiro ano de implementação do modelo, a CMVM vai pedir o reporte aos seis auditores com maior dimensão, ou seja, BDO, Deloitte, Ernst & Young Audit, KPMG, Mazars e Pricewaterhousecoopers, sobre os indicadores e métricas de firma e de projetos de auditoria de uma amostra de 25 grupos económicos selecionados com base na relevância em termos de volume de negócios e ou valor de balanço.
O reporte de informação, relativa a 2019, à CMVM deverá acontecer até final de setembro. “Após a conclusão da primeira fase de aplicação do guia, a CMVM irá avaliar a aderência dos indicadores e métricas ao mercado nacional, aferir a fiabilidade do entendimento e preenchimento dos modelos de reporte e introduzir os ajustamentos que se venham a mostrar necessários e, eventualmente, alargar o âmbito da sua aplicação“, acrescenta.
(Notícia atualizada)
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