Coronavirus leva preço do petróleo aos 55 dólares. Produtores preparam corte na oferta
Preço da matéria-prima negoceia em mínimos de um ano. Os maiores exportadores do mundo estudam limitar a oferta para evitar quedas mais acentuadas das cotações.
O efeito do coronavírus está a alastrar-se ao petróleo. O mercado está a ressentir-se com a possibilidade de o surto ter um impacto alargado no desequilíbrio da oferta, o que está a causar uma forte quebra nos preços. E os maiores produtores do mundo já estão a considerar um ajustamento.
“O surto de coronavírus poderá travar o crescimento da procura por petróleo caso continue a expandir-se, levando a um prolongamento do excedente de produção à medida que a produção aumenta no Brasil, Noruega e EUA”, alertou esta segunda-feira a agência de notação financeira Fitch.
Este receio está a penalizar os preços. O coronavírus, que surgiu na cidade chinesa de Wuhan, já matou 362 pessoas e há atualmente 17.205 infetados. A epidemia espalhou-se a mais de duas dezenas de países e poderá continuar a espalhar-lhe, afetando a economia e, consequentemente o consumo de combustíveis.
O Brent de referência europeia desvaloriza, esta segunda-feira, cerca de 1% para 56 dólares por barril, tendo já tocado os 55,42 dólares (o valor mais baixo desde 4 de janeiro de 2019). Já o crude WTI negoceia nos EUA a desvalorizar 0,5% para 51,31 dólares, mas já chegou mesmo aos 50,40 dólares em mínimos também de mais de 13 meses.
Preço do petróleo recua para mínimos de mais de um ano
“A magnitude do excedente irá depender da duração do surto e da capacidade dos países da OPEP+ de ajustarem os níveis de produção, se for necessário. Esperamos que os preços do petróleo mantenham elevados níveis de volatilidade em 2020, com as tensões geopolíticas e o sentimento económico a manterem-se como fatores chave”, acrescentou a Fitch.
Os países da OPEP+ são os maiores produtores de petróleo do mundo, que incluem não só os que pertencem à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) como outros Estados que alinham, desde 2017, no acordo de cortes de produção.
O cartel já se mostrou disponível para fazer ajustamentos a este acordo, dependendo do impacto do surto. Segundo a Reuters, estará em cima da mesa uma proposta para que sejam retirados de circulação 500 mil barris por dia, enquanto o Wall Street Journal noticiou que a Arábia Saudita poderá mesmo aceitar limitar a produção em um milhão de barris. O grupo irá reunir-se a 14 e 15 de fevereiro e deverá, nessa atura, tomar uma decisão sobre o assunto.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Coronavirus leva preço do petróleo aos 55 dólares. Produtores preparam corte na oferta
{{ noCommentsLabel }}