Paulo Fernandes quer TVI de novo na liderança. Aposta no online e em novos mercados
A Cofina já desenhou a estratégia para a "nova" Cofina, após a compra da Media Capital. A empresa quer conquistar mais mercado, liderar nos vários segmentos e apostar na internacionalização.
A Cofina admite que a compra da Media Capital é um “esforço de investimento expressivo” e que acarreta vários riscos. Mas a estratégia de Paulo Fernandes para a fusão entre os dois grupos de comunicação já foi definida: conquistar mais mercado, liderar nos vários segmentos e apostar em novos mercados estrangeiros.
O plano está explicitado no prospeto do aumento de capital, divulgado esta terça-feira pela Cofina, através da CMVM. Nele, surge indicado que a compra da dona da TVI vai permitir à Cofina “tornar-se um grupo integrado e mais competitivo de media em Portugal, com posição de revelo nos principais segmentos de mercado”, da televisão à publicação de jornais e revistas, e da rádio ao digital, passando pela produção audiovisual.
Posto isto, na área televisiva, em que a Cofina passará a controlar os canais TVI e CMTV, entre outros, a empresa define um ambicioso conjunto de objetivos. E um deles é que a estação de Queluz de Baixo volte a ser líder de audiências, depois de ter perdido o primeiro lugar do pódio para a concorrente SIC em 2019: “Nos canais abertos, [a Cofina quer] recuperar a primeira posição que já foi ocupada pela TVI“, assume, ao mesmo tempo que, nos canais pagos, a intenção é “manter” a liderança da CMTV.
A Cofina pretende ainda “aproveitar as sinergias operacionais decorrentes de uma operação com maior escala no setor televisivo”, bem como “otimizar e desenvolver a produção de conteúdos”.
Quanto às áreas de rádio e imprensa escrita, “a Cofina propõe-se manter as atuais posições de liderança da rádio Comercial e do Correio da Manhã, respetivamente, e reforçar a eficiência operacional do grupo já consolidado. E assume que “ambiciona reforçar” a oferta no digital, “apostando na inovação e alavancando as plataformas já existentes” da Cofina e da Media Capital.
Do ponto de vista do negócio, a empresa assume perante os investidores que pretende aumentar a “dimensão” do grupo, fazendo crescer o EBITDA, a métrica que diz respeito aos lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, reforçando também a respetiva “solidez financeira”. Este plano, explica, tem três eixos: apostar noutros segmentos de media, fomentar a consolidação dos dois grupos e avaliar a “internacionalização para mercados naturais”.
Em linhas gerais, esta é a ambição que leva a dona da CMTV a pagar 205 milhões de euros pela dona da TVI, dando origem ao maior grupo de comunicação social do país, numa operação que já mereceu “luz verde” por parte dos reguladores. A expectativa da Cofina é que “a aquisição permita gerar um grupo mais preparado para enfrentar os desafios que se colocam atualmente à indústria dos media, em especial à imprensa tradicional”, lê-se no prospeto.
Em suma, “o plano estratégico da Cofina, após a aquisição do grupo Media Capital, foca-se na inovação e lançamento de novos produtos e captação de maior audiência”, assim como na “melhoria” da “eficiência operacional dos vários negócios” que passarão a estar agrupados debaixo da chancela de um mesmo grupo.
Esta segunda-feira, foi tornado público que a CMVM aprovou o aumento de capital que vai permitir à Cofina adquirir a Media Capital. A operação envolve uma injeção de 85 milhões de euros na empresa, que já está garantida em, pelo menos, 70% e arranca há no próximo dia 20 de fevereiro.
Foi também divulgado um esquema da estrutura acionista da “nova” Cofina pós-aumento de capital, de acordo com os compromissos de participação que já foram assumidos por vários investidores. A maior “fatia”, de 20,13%, será detida pelo atual presidente executivo, Paulo Fernandes, enquanto o empresário Mário Ferreira deverá ficar com 15,25%. Mediante a informação atual, figurarão como os dois maiores acionistas da empresa.
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