Antonoaldo Neves não comenta prémios aos gestores da TAP
O principal acionista David Neeleman diz que a gestão vai pagar prémios de desempenho, mas o Governo garante que não o vai permitir. O CEO não se quer pronunciar.
Os acionistas da TAP têm posições diferentes sobre o pagamento de prémios de desempenho aos gestores da companhia. A apresentar prejuízos de 105,6 milhões de euros, o CEO Antonoaldo Neves diz que os trabalhadores merecem profissionalismo pelo que recusa comentar a polémica.
“A comissão executiva não comenta política de remuneração da empresa. A comissão executiva não comenta declarações de outras pessoas, de um cliente, de um acionista, de um colega de trabalho… A TAP merece uma comissão executiva profissional”, defendeu Antonoaldo Neves na apresentação de resultados da empresa.
Questionado sobre se o Governo já informou o conselho de administração que não vai aprovar a atribuição de prémios à gestão, também o presidente Miguel Frasquilho preferiu não comentar. “Essas matérias são tratadas em locais próprios“, disse apenas.
Naquele que foi “um ano de investimento e transformação” para a TAP, a empresa registou um prejuízo de 105,6 milhões de euros, tal como o ECO já tinha adiantado em primeira mão. Em comunicado, a companhia aérea justifica este desempenho (que melhorou ligeiramente face a 2018) com o investimento de mais de 1,5 mil milhões de euros na renovação da frota.
Apesar destes prejuízos, observou-se uma ligeira melhoria face a 2018, um “ano difícil”, em que o resultado líquido negativo foi de 118 milhões de euros. A TAP ressalva que a compra de 30 novas aeronaves e a saída de 18 antigas teve um impacto financeiro negativo de 55 milhões no resultado do ano. Ainda assim, a renovação da frota foi determinante, no segundo semestre, para melhorar a eficiência e a satisfação do cliente.
Neste cenário, o ministro das Infraestruturas e da Habitação Pedro Nuno Santos disse, esta quarta-feira, que o Estado não vai permitir que sejam pagos prémios e garantiu que já comunicou essa posição à companhia. O ministro das Infraestruturas diz que dar bónus com contas no “vermelho” seria “inaceitável”.
A declaração vai contra o que tinha dito o principal acionista da TAP, David Neeleman, que garantia há uma semana que a empresa vai continuar a pagar os prémios de desempenho, uma vez que considera que são “a forma mais eficiente” para gerir os quadros.
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