Banco de Portugal encaixa 55 milhões com dividendos do BCE
BCE fechou 2019 com lucros de 2,4 mil milhões de euros, sendo que boa parte destes resultou de ganhos com o investimento em dívida pública. Vai dar todos os resultados aos bancos centrais do sistema.
O Banco Central Europeu (BCE), responsável pela moeda única europeia, deu ainda mais lucros nos ano passado. Ganhou 2,4 mil milhões de euros, dinheiro que vai distribuir pelos bancos centrais da Zona Euro, entre eles o Banco de Portugal (BdP). À entidade liderada por Carlos Costa cabe uma “fatia” de 55 milhões de euros.
“O resultado líquido do BCE em 2019 cifrou‑se em 2.366 milhões de euros”, refere o banco liderado por Christine Lagarde. Os lucros cresceram em 790 milhões, fruto do aumento do rendimento líquido dos títulos detidos para fins de política monetária em 2019, que “foi de 1.447 milhões de euros, ou seja, 212 milhões de euros mais elevado do que em 2018”, diz o BCE.
“Em 31 de janeiro de 2020, no seguimento de uma decisão do Conselho do BCE, foi efetuada uma distribuição intercalar de proveitos, no montante de 1.431 milhões de euros, aos bancos centrais nacionais dos países da área do euro. Além disso, o Conselho do BCE decidiu distribuir os lucros remanescentes, no montante de 935 milhões de euros, pelos bancos centrais nacionais dos países da área do euro”. Ou seja, vai entregar todos os resultados obtidos.
Neste sentido, considerando a “chave de capital” do BdP atual (1,9%), a entidade liderada por Carlos Costa deveria receber um valor de 45 milhões de euros em dividendos. Contudo, de acordo com fonte oficial do BdP, a chave “utilizada para a distribuição de dividendos será (…) a que se encontrava em vigor a 31 de dezembro de 2019, portanto antes da alteração de chave decorrente do Brexit”. Ou seja, “a chave a aplicar é de 2,3510%”.
Com base nesta “chave de capital”, o BdP vai arrecadar 55,6 milhões de euros com os lucros do BCE, sendo que parte deste montante já entrou nos cofres do banco central nacional. Cerca de 33,6 milhões de euros chegaram “no final de janeiro de 2020, como dividendo intercalar”, refere a entidade liderada por Carlos Costa.
Vão chegar, mais tarde, os restantes milhões referentes à segunda parcela de 935 milhões de euros que o BCE, agora comandado por Christine Lagarde (que substituiu Mario Draghi), decidiu entregar aos bancos centrais do Eurossistema. Assim, aos 33,6 milhões vão juntar-se mais cerca de 22 milhões de euros, “que irá ser reconhecido já nos resultados do BdP de 2020”.
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