Altice vai vender negócio na Bélgica e Luxemburgo à Telenet
O negócio ainda aguarda luz verde das autoridades belgas, mas a empresa de Patrick Drahi vai encaixar 400 milhões de euros com o negócio.
A Altice, dona da PT Portugal, ATCB 0,00% anunciou esta quinta-feira que chegou a acordo para a venda do negócio na Bélgica e no Luxemburgo ao grupo Telenet, numa operação avaliada em 400 milhões de euros. Um movimento visto quase como estranho, tendo em conta a habitual onda de aquisições da empresa francesa.
O grupo liderado por Patrick Drahi adiantou que vai vender a Coditel Brabant ao grupo Telenet, salientando que a conclusão do negócio aguarda a aprovação das autoridades da Bélgica. A operação está avaliada em cerca de 400 milhões de euros.
Esta venda é, segundo o The Wall Street Journal, a primeira vez que Patrick Drahi opta por se desfazer de um ativo por opção própria. Até aqui o francês apenas vendeu ativos quando foi forçado pelos reguladores, tal como aconteceu em Portugal, quando comprou a PT. Esta opção, segundo o jornal americano, marca “uma nova estratégia de se focar nos seus ativos de maior dimensão“.
A Altice tinha comprado os ativos belgas e luxemburgueses em 2003, por 82 milhões de euros, no âmbito de uma onda de aquisições que a levou a adquirir operadores de cabo em França e Israel. O negócio — rebatizado, recentemente, SFR Bélgica — registou, em 2015, um EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 51 milhões de euros e receitas de 75 milhões.
O objetivo da Altice é ser a primeira ou segunda maior operadora, em número de clientes, em cada mercado em que está presente. Mas na Bélgica essa meta dificilmente poderia ser atingida tendo em conta que a operadora, em 2015, perdeu a oportunidade de comprar a Base, a terceira maior operadora belga, numa “guerra” de licitações com a Liberty Global PLC que ofereceu 1,3 mil milhões de euros.
Com esta venda, a Altice dispõe de mais tempo e recursos no esforço de crescimento no mercado norte-americano onde é o quarto maior operador de cabo. Uma posição que ocupa desde a fusão, em junho, do operador regional Suddenlink com a nova-iorquina Cablevision.
Este mês, a empresa admitiu que estava a ponderar uma oferta pública inicial de uma posição minoritária na sua operação norte-americana para angariar capital para financiar a expansão neste mercado, lembra o The Wall Street Journal. Aumentar o capital próprio também aliviaria a pressão sobre uma empresa cuja dívida de longo prazo ascende a 50 mil milhões de euros.
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