Portugal preparado para reagir ao vírus “sem afetar as contas públicas”, garante Centeno
Tal como no passado, Portugal está, agora, preparado para reagir a um imprevisto, como é o caso do coronavírus. E poderá fazê-lo, diz Mário Centeno, "sem afetar as contas públicas".
Mário Centeno ainda não vê impacto do coronavírus na economia nacional, mas admite que possa vir a ter. Mas nesse caso, e tal como aconteceu no passado, nomeadamente nos incêndios do verão de 2017, o ministro das Finanças, que é também presidente do Eurogrupo, diz que o trabalho feito nos últimos anos “permite a Portugal reagir a situações imprevistas sem afetar as contas públicas”.
O “impacto [do vírus] na economia portuguesa é, ainda, cedo para antecipar”, disse Centeno, na conferência de imprensa realizada em Lisboa, após a conferência telefónica com os restantes ministro das Finanças da Zona Euro. “A economia nacional teve um comportamento muito superior ao dos restantes países do euro no final de 2019. Essa aceleração manteve-se nos primeiros meses deste ano”, diz Centeno, salientando que as “receitas mantêm-se com taxas de crescimento muito robustas”.
Agora, isto “não quer dizer que o impacto global do vírus não se venha a sentir em Portugal”, alertou o ministro das Finanças, em declarações transmitidas pela RTP3. Contudo, Centeno garante que o país está preparado para reagir, de forma a minimizar os efeitos negativos que possam resultar desta epidemia que já infetou mais de 90 mil pessoas a nível mundial, provocando a morte a mais de três mil.
Centeno diz que a política orçamental adotada nos últimos anos traz estabilidade. “Permite a Portugal reagir a situações imprevistas sem afetar as contas públicas”, notou. “Portugal não teve, no passado, qualquer hesitação em definir políticas de resposta a situações semelhantes a esta, também agora não hesitaremos”, salientou, afirmando que o excedente “não é preocupação do ministro das Finanças nem do Governo”.
Centeno garantiu que Portugal reagirá em consonância com os restantes países europeus, estando neste momento a ser avaliadas “medidas que possam ser necessárias para que não seja colocado em causa do crescimento da região”. Da reunião com os restantes ministros das Finanças, Centeno revelou que ficou acordado que poderão ser tomadas “medidas temporárias” para conseguir mitigar os efeitos do vírus, salientando que haverá flexibilidade nas metas dos programas de estabilidade, nomeadamente relativamente a Itália.
(Notícia atualizada às 15h21 com mais informação)
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